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O Império e os Românticos Armados

O Império e os Românticos Armados

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Um documentário sobre aqueles que de uma forma ousada e radical ousaram afrontar a ditadura.

Um documentário sobre aqueles que de uma forma ousada e radical ousaram afrontar a ditadura. Com testemunhos de Camilo Mortágua, Amândio Silva, Isabel do Carmo, Carlos Antunes, Raimundo Narciso, Fernando Rosas, Ana Sofia Ferreira, Miguel Cardina, José Duarte de Jesus, Joana Mortágua e Mariana Mortágua.

"Ao todo contávamos com nove operacionais, nove soldados sem a recruta feita e dois oficiais generais para derrubar uma ditadura de quase meio século. Como então dizíamos, basta um fósforo para incendiar o mundo" - Camilo Mortágua
1961 marca o início do fim do império português. Do outro lado do Atlântico, um grupo de jovens corajosos comandados pelo capitão Henrique Galvão sonham em deitar abaixo uma ditadura repressiva. Esperam a chegada do Paquete de Santa Maria à Venezuela e tomam de assalto o navio, gerando uma onda de choque nacional e chamando a atenção mundial para o regime que se vive em Portugal. Pela primeira vez, Salazar olha à sua volta e não tem o apoio dos seus aliados tradicionais. Aqueles que o regime acusa de terroristas são considerados pelos Estados Unidos como combatentes pela liberdade. Pela primeira vez na História é desviado um navio para fins políticos. Camilo Mortágua estava lá.
No mesmo ano, um voo da TAP descola de Casablanca com destino a Lisboa e durante o voo é tomado de assalto por um grupo de portugueses que pretendem distribuir panfletos em Portugal e regressar a Marrocos. Pela primeira vez na História é desviado um avião para fins políticos. Camilo Mortágua estava lá.
1967, Figueira da Foz. Um grupo armado entra na agência do Banco de Portugal e faz um assalto de cerca de 1 milhão de dólares para financiar a luta armada contra o regime, naquela que ficaria para a história como a primeira acção da LUAR. Camilo Mortágua estava lá.
Três momentos simbólicos da luta armada contra a ditadura que se vivia em Portugal. O prolongamento da guerra colonial, as condições de pobreza da generalidade dos portugueses, a inexistência da tão esperada transição pacífica para a democracia e o descontentamento entre os estudantes e os operários ajudam a criar um clima crescente de oposição radical ao regime, enquadrado por uma conjuntura internacional propícia ao ambiente revolucionário. É neste contexto que 1970 marca o desencadeamento de várias ações armadas com a ARA e as Brigadas Revolucionárias a provocarem explosões em equipamentos e instalações militares de apoio à guerra colonial.
Terroristas ou combatentes pela liberdade? Camilo Mortágua é um entre muitos que sem meios mas com um grande espírito de entrega, levaram muitas vezes ao limite a luta pela democracia. Partiu de Portugal como emigrante económico aos 17 anos, voltou como revolucionário e exilado político quinze anos depois. Foi como correio da revolução venezuelana e da revolução cubana que compreendeu a necessidade de lutar pelo seu país.

Ficha Técnica

Título Original
O Império e os Românticos Armados
Realização
António José de Almeida
Produção
Panavideo
Autoria
Anabela Almeida
Ano
2014
Duração
50 minutos