´No momento em que alguém pensar que compreende uma grande criação artística, essa criação morre´ - Robert Wilson
Na sequência de dois documentários que nos despertam os sentidos e aguçam a curiosidade para a obra de Robert Wilson, eis que surge este terceiro e último documentário, onde podemos sentir o "todo" do encenador mais aclamado da atualidade, o "todo" de Robert Wilson que é sempre, sempre, maior que "a soma das partes".
Os temas redescobrem-se e completam-se. A infância e os problemas de gaguez, a comunidade onde cresceu, o curso de arquitetura, a pausa e o silêncio, o ritmo e a palavra, o tempo e o espaço, a luz, a música, o processo de criação e encenação, os cenários, a escolha das personagens, a duração das peças e o futuro, os projetos para o futuro.
Ainda que muito de seu propósito vanguardista já tenha sido assimilado, o encenador continua a realizar espetáculos inquietantes. Direcionamos o olhar para um dos seus mais recentes trabalhos, apresentado no palco do Berliner Ensemble: "Peter Pan", o clássico do escocês James Matthew Barrie. Imagens inéditas, repletas de profundidade emocional.
Diogo Infante, Luísa Costa Gomes, Tiago Bartolomeu Costa, Bárbara Coutinho, Alexandre Melo, Gabriela Cerqueira e Luís Serpa... juntos para nos ajudarem a descobrir melhor a personalidade e a arte do encenador, nesta que é uma viagem estética com tempo marcado, 60 minutos, mas sem qualquer hipótese de regresso. À lupa mostramos um artista completo e total, criador de uma linguagem cénica e que tem exercido ao longo dos tempos uma influência indiscutível na estética contemporânea.
Como se um documentário pudesse alguma vez abarcar toda a versatilidade de Robert Wilson. A conclusão surge de forma óbvia. Nenhum tempo seria suficiente. Alguma latitude ficaria sempre sem explicação. "No momento em que alguém pensar que compreende uma criação artística, essa criação morre?"(Robert Wilson).