Filme da cineasta portuguesa Teresa Villaverde ("Água e Sal", "Os Mutantes", "Transe"), sobre a desintegração das famílias afetadas pela crise económica
Em Lisboa, uma família de classe média passa por uma grave crise financeira. O pai (João Pedro Vaz) fica desempregado e não consegue encontrar trabalho. Para fazer face às despesas familiares, a mãe (Beatriz Batarda) arranja um segundo emprego mas anda sempre cansada e sem tempo para a família.
Descurada pelo pai desalentado e negligenciada pela mãe esgotada, a filha adolescente começa a revoltar-se. Com as dificuldades a acumularem-se, vão-se gradualmente afastando uns dos outros, e uma tensão cresce em silêncio e culpa.
Reflexão muito atual, e quase serena, sobre o nosso caminho comum como sociedade europeia de hoje, o nosso isolamento, a nossa perplexidade perante as dificuldades que nos vão surgindo, a vida nas cidades e dentro da família.
Realizadora, argumentista e produtora, Teresa Villaverde é um dos nomes mais importantes da geração de realizadores portugueses surgidos na década de 90. É autora de uma filmografia muito pessoal, marcada por temas como a infância e a adolescência, a inadaptação e a dificuldade de comunicação interpessoal. Participou como atriz, cenógrafa, argumentista, assistente de realização e de montagem em diversas produções, antes de realizar um trio de longas-metragens marcante, presente nos maiores festivais de cinema: A Idade Maior (1991), Três Irmãos (1994) e Os Mutantes (1998).