O Caminho de Casa

Entre o imperativo da viagem e a vontade do regresso 14 açorianos procuram o caminho para casa.

Desde Ítaca que o regresso constitui um tema recorrente na tradição literária ocidental. Não obstante, a cultura portuguesa tem sido sobretudo uma cultura de partida. "O Caminho de Casa" propõe-se ajudar a preencher essa lacuna.
Está no ADN dos povos o modo como abordam a viagem. E os açorianos são um povo de viagem. Viajam porque é a viagem o que os separa do mundo. Viajam porque é a viagem o que os separa da sobrevivência. Viagem porque não podem confinar-se, por mais um momento que seja, às fronteiras da ilha ? àquela pequenez, àquele horror ? e sucumbem às saudades delas ao fim de dois dias.
Ao longo de um Verão, o escritor Joel Neto, a tradutora Catarina Ferreira de Almeida e o realizador Arlindo Horta percorreram as ilhas dos Açores e as comunidades açorianas nos Estados Unidos, em busca do léxico que constitui o discurso em volta da ideia de regresso: o concretizado, o não concretizado, o adiado, o sonhado. Ao todo, e entre anónimos e figuras públicas, são entrevistadas 14 personalidades ? incluindo o ex-futebolista Pauleta, o ex-marketeer de Silicon Valley Roberto Lino ou o assessor de George Lucas Ângelo Garcia ?, assim como visitados os cenários do seu quotidiano.
A banda sonora do filme é constituída por canções de Medeiros/Lucas. A montagem é de Sara Esteves, a pós-produção áudio de João M. Santos e, caso venha a julgar-se necessário, a tradução de Teresa Silva Ribeiro.