CANHÃO DA NAZARÉ , por Rui Alves

A Praia do Norte, na Nazaré, tornou-se conhecida pelas ondas que provocaram muita emoção e grandes sustos.

Em busca de novos recordes, vários surfistas desceram estas montanhas de água a velocidades vertiginosas. O perigo sempre presente neste fenómeno da Natureza faz com que alguns deles, após quedas aparatosas, sofram fisicamente com a sua aventura no Canhão da Nazaré.

E como se explica a existência destas ondas titânicas?

A ondulação que chega à zona costeira propaga-se mais rápido sobre o Canhão da Nazaré, onde a profundidade é maior, do que na plataforma continental adjacente. Esta diferença na propagação da onda, que depende da profundidade sobre a qual ela se move, faz aumentar a distância entre a parte alta (crista) e baixa (cava) da onda.

Este prodígio marítimo, é comum em outros canhões submarinos, mas o da Nazaré é especial. O modo como intersecta a linha de costa, faz com ele modifique as correntes que a ondulação produz, amplificando a onda, que assim, atinge alturas gigantescas.

Foi apenas em 2010, que chega à Nazaré o famoso surfista de grandes ondas Garrett McNamara. No ano seguinte iria apanhar uma onda com cerca de 23,77 metros, estabelecendo o recorde mundial para a maior onda surfada até à data.

No dia 17 de janeiro 2018, às primeiras horas da manhã, Hugo Vau foi o protagonista daquela que terá sido a maior onda jamais surfada por um ser humano, quase 35 metros de altura. No entanto, a proeza não seria confirmada pelo “XXL Biggest Wave Awards” uma espécie de Óscar das ondas.