Por agora, Joaquim Barroca vai ficar em prisão preventiva, devendo ser posteriormente transferido para prisão domiciliária. O arguido, detido ao início da noite de quarta-feira no âmbito da “Operação Marquês”, está indiciado pelos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção ativa. Para além de Barroca, também Inês Pontes do Rosário, esposa de Carlos Santos Silva, é arguida no processo que envolve José Sócrates.
O auto apresentado à comunicação social abre a possibilidade da prisão preventiva ser substituída por prisão domiciliária com vigilância por pulseira electrónica. Uma transferência que está dependente do habitual relatório que atesta que a habitação do arguido tem as condições necessárias.Os restantes arguidos são José Sócrates, o empresário Carlos Santos Silva, Paulo Lalanda Castro, administrador da farmacêutica Octapharma, o ex-motorista João Perna e o advogado Gonçalo Ferreira.
O Ministério Público considera que existe, por parte do empresário, perigo de perturbação do inquérito e destruição de prova. No auto, é ainda destacada a “excepcional complexidade” do inquérito, devendo o tempo de investigação ser superior ao habitual.
Joaquim Barroca fica também impedido de contactar com qualquer membro da administração do grupo Lena e com os restantes arguidos do processo. Joaquim Barroca fica ainda impedido de contactar com administradores, gerentes ou colaboradores de empresas da esfera de Carlos Santos Silva.
A justiça revelou ainda que Inês Pontes do Rosário, esposa de Carlos Santos Silva, é também arguida no processo.
Detido na quarta-feira à noite
Joaquim Barroca é um dos principais acionistas do Grupo Lena, sendo filho do fundador da empresa. A sua detenção ocorreu ao início da noite de quarta-feira, depois do procurador Rosário Teixeira e do juiz Carlos Alexandre terem participado em novas buscas na sede do grupo Lena em Quinta da Sardinha, concelho de Leiria.
As autoridades regressaram à sede do grupo depois de terem analisado dados bancários fornecidos pelas autoridades suíças. Estes permitiram à justiça portuguesa identificar a origem e quantificar os montantes de transferências financeiras realizadas entre 2007 e 2009, nas quais Joaquim Barroca poderá estar envolvido. Reportagem de Paulo Jerónimo, Carla Quirino e Rui Magalhães, RTP
Neste período, em plena legislatura de José Sócrates, vários negócios foram realizados entre o Estado e o Grupo Lena, nomeadamente na reabilitação do parque escolar da Marinha Grande, Felgueiras e Lisboa. O grupo de construção de Leiria poderá ter sido favorecido.
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