Administrador do grupo Lena Joaquim Barroca fica em prisão preventiva

por RTP
Pedro A. Pina, RTP

Por agora, Joaquim Barroca vai ficar em prisão preventiva, devendo ser posteriormente transferido para prisão domiciliária. O arguido, detido ao início da noite de quarta-feira no âmbito da “Operação Marquês”, está indiciado pelos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção ativa. Para além de Barroca, também Inês Pontes do Rosário, esposa de Carlos Santos Silva, é arguida no processo que envolve José Sócrates.

As medidas de coação foram conhecidas durante a tarde desta sexta-feira. Joaquim Barroca ficará, por enquanto, em prisão preventiva, estando indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, quer ao nível da esfera pessoal como empresarial, branqueamento de capitais e corrupção ativa.

O auto apresentado à comunicação social abre a possibilidade da prisão preventiva ser substituída por prisão domiciliária com vigilância por pulseira electrónica. Uma transferência que está dependente do habitual relatório que atesta que a habitação do arguido tem as condições necessárias.Os restantes arguidos são José Sócrates, o empresário Carlos Santos Silva, Paulo Lalanda Castro, administrador da farmacêutica Octapharma, o ex-motorista João Perna e o advogado Gonçalo Ferreira.

O Ministério Público considera que existe, por parte do empresário, perigo de perturbação do inquérito e destruição de prova. No auto, é ainda destacada a “excepcional complexidade” do inquérito, devendo o tempo de investigação ser superior ao habitual.

Joaquim Barroca fica também impedido de contactar com qualquer membro da administração do grupo Lena e com os restantes arguidos do processo. Joaquim Barroca fica ainda impedido de contactar com administradores, gerentes ou colaboradores de empresas da esfera de Carlos Santos Silva.

A justiça revelou ainda que Inês Pontes do Rosário, esposa de Carlos Santos Silva, é também arguida no processo.
Detido na quarta-feira à noite
Joaquim Barroca é um dos principais acionistas do Grupo Lena, sendo filho do fundador da empresa. A sua detenção ocorreu ao início da noite de quarta-feira, depois do procurador Rosário Teixeira e do juiz Carlos Alexandre terem participado em novas buscas na sede do grupo Lena em Quinta da Sardinha, concelho de Leiria.

As autoridades regressaram à sede do grupo depois de terem analisado dados bancários fornecidos pelas autoridades suíças. Estes permitiram à justiça portuguesa identificar a origem e quantificar os montantes de transferências financeiras realizadas entre 2007 e 2009, nas quais Joaquim Barroca poderá estar envolvido.
Reportagem de Paulo Jerónimo, Carla Quirino e Rui Magalhães, RTP

Neste período, em plena legislatura de José Sócrates, vários negócios foram realizados entre o Estado e o Grupo Lena, nomeadamente na reabilitação do parque escolar da Marinha Grande, Felgueiras e Lisboa. O grupo de construção de Leiria poderá ter sido favorecido.
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