Conversa Capital com Hélder Rosalino, Administrador do Banco de Portugal

por Antena 1

Foto: Antena1

O limite dos 50 euros nos pagamentos através de contactless vai manter-se. A garantia foi dada em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios por Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal.


Hélder Rosalino considera que a mudança de limite operada durante a crise pandémica correu bem e por isso os 50 euros "com certeza vão manter-se". Segundo o responsável do Banco de Portugal o sistema é seguro, não há conhecimento de fraudes e os números traduzem a confiança do consumidor. Durante o estado de emergência, o pagamento médio por contactless passou dos 7 euros para os 21 euros, ou seja, acima do limite dos 20 euros anteriormente permitido. Mais: de março para abril desde ano, mesmo com uma redução dos pagamentos em cartão, houve um aumento de 123% na utilização do contactless. Já os pagamentos online aumentaram 53%.

Quanto às operações feitas por MBway, Hélder Rosalino considera que trata de uma solução muito bem sucedida, com um crescimento, ao nível de utilizadores, de 250 por cento de 2018 para 2019. Já sobre a polémica em relação à cobrança de comissões, lembra que não cobrar nada inviabiliza a inovação própria destes serviços e por isso defende comissões proporcionais e transparentes que permitam ao utilizador tomar opções.

Hélder Rosalino, que foi secretário de Estado da Administração Publica de 2011 a 2013, considera que nesta crise, mais uma vez, "o BCE correspondeu às expectativas" e a prova disso está no facto das taxas de juro divida pública portuguesas terem recuperado para níveis pré crise. O administrador do Banco de Portugal considera por isso que a economia nacional está a ser financiada. A remuneração negativa tem como obrigação a transmissão à economia e a banca está a fazer isso. Fruto da política do BCE os bancos neste momento financiam-se a taxas negativas e por isso ainda recebem por concederem crédito. Segundo Hélder Rosalino os bancos estão a cumprir a sua função, "não há aproveitamento" na concessão de crédito o que há é uma avaliação de risco que tem de ser feita e, ainda assim, lembra, as taxas de juro estão muito baixas.

Quanto ao futuro, Hélder Rosalino mostra-se otimista. O administrador do Banco de Portugal acredita que a combinação da política do BCE e da Europa, com as políticas públicas nacionais, vão colocar Portugal numa trajetória de crescimento em 2021. Ainda assim considera que se trata de uma "crise profunda" que "vai deixar mazelas".

Pode ver aqui na íntegra esta entrevista de Hélder Rosalino, Administrador do Banco de Portugal, a Rosário Lira (Antena1) e Alexandra Machado (Jornal de Negócios):


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