Cuba está a acusar os Estados Unidos de um "bloqueio criminoso" depois de ter visto anulada a entrega de equipamentos médicos vindos da China, entre os quais ventiladores e kits de testes de despiste à Covid-19, devido às sanções norte-americanas impostas a Havana.
O enviado-especial de Cuba a Pequim, Carlos Miguel Pereira, explicou que uma empresa norte-americana foi contratada para entregar os bens médicos que tinham sido doados por Jack Ma, o proprietário da gigante do comércio eletrónico chinês Alibaba.
No entanto, de acordo com a agência estatal de notícias da China, “no último minuto” essa empresa recusou-se a fazer a entrega, dizendo estar preocupada com a possibilidade de violar a Lei Helms-Burton, que em 1995 veio fortalecer as sanções norte-americanas contra Cuba.
“O bloqueio criminoso do Governo [norte-americano] viola os direitos humanos do povo cubano”, escreveu no Twitter o Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.
#NoMásBloqueo #CubaSalvaVidas The criminal blockade of the imperial government violates the human rights of the Cuban people.#SomosCuba #SomosContinuidad https://t.co/rluHN6OvVQ
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) 1 de abril de 2020
Jack Ma anunciou em março que a sua fundação iria doar equipamentos médicos de emergência a Cuba e a outras 23 nações da América Latina e Caribe. A doação incluiria, no total, dois milhões de máscaras, 400 mil kits de teste e 104 ventiladores.
Até ao momento, Cuba possui 212 pessoas infetadas, das quais apenas oito recuperaram, e seis vítimas mortais. Os bens que deveriam ter sido entregues eram essenciais na luta contra a pandemia nesse país.
Mas esta não é a única nação a culpar os Estados Unidos pela falta de material médico. Na segunda-feira, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, referiu a um jornal russo que “o bloqueio ilegal exercido pelas sanções dos Estados Unidos torna impossível o acesso a medicamentos e equipamentos médicos”, o que origina “uma catástrofe humanitária”.
O novo coronavírus já infetou mais de 954 mil pessoas em todo o mundo. Existem agora mais de 200 mil recuperados e 48 mil mortos.