O documentário de João Salaviza sobre povos indígenas do Brasil venceu esta sexta-feira um prémio em Cannes. "A Flor do Buriti", do cineasta português e da realizadora brasileira Renée Nader Messora, foi filmado com o povo indígena Krahô. Esta é a segunda longa-metragem dos dois.
"A Flor do Buriti". João Salaviza vence prémio em Cannes
“Mais do que a sensação de ganhar o prémio, o que é importante é o facto de o nosso filme – feito num processo muito colaborativo, muito coletivo com os Krahô – dar visibilidade à questão indígena neste momento”, disse João Salaviza em entrevista à RTP.
Para o cineasta, “este prémio transcende a questão dos festivais de cinema, da importância simbólica que traz ao filme, por dar visibilidade e por se juntar à luta dos povos indígenas”.
Salaviza relembrou o peso das medidas do Governo de Jair Bolsonaro para estes povos e frisou que “o bolsonarismo não acabou”.
“Bolsonaro saiu, mas o bolsonarismo continua e, de alguma forma, é apenas uma nova face deste genocídio que continua desde o ano 1500, quando os portugueses começaram a invasão do Brasil”, afirmou.
“Bolsonaro saiu, mas o bolsonarismo continua e, de alguma forma, é apenas uma nova face deste genocídio que continua desde o ano 1500, quando os portugueses começaram a invasão do Brasil”, afirmou.
O cineasta português diz haver uma esperança “de que as coisas se transformem, embora o Congresso no Brasil seja ainda muito, muito conservador”.
Sobre o sucesso do documentário, João Salaviza realçou a “receção incrível” em Cannes e as críticas “muito boas” que já começaram a sair sobre o filme. “Há muitos países que vão querer estrear o filme”, avançou.
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