O presidente da Câmara do Porto anunciou hoje que a autarquia não conseguiu notificar a administração do condomínio do centro comercial Stop da intenção de fechar o espaço, tendo o seu encerramento sido adiado por 10 dias úteis.
"Ao que pude apurar, até à manhã do dia de hoje, e pese embora todas as diligências, ainda não tínhamos conseguido notificar o senhor administrador [do encerramento]. Pelo que me informaram agora, terá sido notificado pessoalmente hoje, pelo que vão correr os 10 dias úteis previstos na lei", refere o autarca num ofício enviado à Lusa.
Moreira adiantou ainda ser intenção do município organizar uma campanha de `crowdfunding` juntamente com os músicos para angariar dinheiro para as obras de reabilitação necessárias no edifício.
Numa publicação na rede social Instagram, também a associação de lojistas, músicos e artistas ALMA refere que aquele centro comercial "não será encerrado para já".
Indica ter ocorrido uma reunião na Câmara do Porto e que "o despacho" sobre o enceramento terá primeiro de ser recebido pela administração do centro comercial, o que "ainda não aconteceu".
Numa segunda publicação, a associação convoca todos os inquilinos e utilizadores do centro comercial para um encontro hoje às 21:00 em frente ao cinema do centro comercial.
A 08 de setembro, os proprietários e arrendatários do centro comercial Stop foram notificados pelos serviços da Câmara Municipal do Porto de que tinham até 10 dias úteis para desocupar o edifício, prazo que terminaria na sexta-feira.
Em declarações então à agência Lusa, o presidente da Associação Cultural de Músicos (ACM) do Stop, Rui Guerra, afirmou que os proprietários e arrendatários foram hoje notificados, através de um edital afixado na porta do centro comercial.
Assinado pela diretora do Departamento Municipal de Fiscalização, o edital, a que a Lusa teve acesso, informa da decisão do presidente da Câmara do Porto de "determinar a cessação da utilização do edifício, de todas as frações autónomas e do parque de estacionamento".
O Stop, que funciona há mais de 20 anos como espaço cultural, com salas de ensaio e estúdios, viu a maioria das suas frações serem seladas em 18 de julho, deixando quase 500 artistas e lojistas sem terem para onde ir, mas reabriu em 04 de agosto, com um carro de bombeiros à porta.