Candidata pagou trajes para representar Guiné-Bissau no concurso Miss Mundo

por Lusa

A candidata da Guiné-Bissau ao concurso Miss Mundo, que decorre na Índia, contou hoje à Lusa que teve de comprar com o próprio dinheiro os trajes típicos para se apresentar ao concurso, que se prolonga até 10 de março.

Num contacto telefónico, Mirla Ferreira Dabó, atual Miss Guiné-Bissau, disse à Lusa que chegou a Nova Deli, vinda de Lisboa, "a uma hora da abertura da gala oficial" e ainda conseguiu apresentar-se com um traje tradicional da Guiné-Bissau.

"Vesti um traje da etnia Bijagó que comprei com o meu dinheiro. O capacete tradicional que usei na cabeça foi-me emprestado pelo grupo cultural Netos de Bandim", afirmou a candidata guineense.

Mirla contou ainda à Lusa que durante o dia de hoje, na apresentação do projeto social que cada candidata gostaria de implementar no seu país, vestiu um traje tradicional confecionado por si mesma.

"Por ser também costureira, fiz essa roupa", observou a candidata à 71.ª gala de Miss Mundo.

A candidata guineense ainda não sabe qual o traje do país que vai vestir para se apresentar à prova do desporto, mas promete "representar a Guiné-Bissau com toda a dignidade".

Mirla Ferreira Dabo quase falhava a participação no concurso por falta de apoios, primeiro para a compra da passagem aérea de Lisboa até à Índia e depois para custear a confeção ou compra de trajes tradicionais, que está obrigada a vestir no concurso.

O promotor cultural guineense Carel Batista, a residir em Lisboa, explicou à Lusa que Mirla tentou, "por várias vezes", contactar o Ministério da Cultura guineense, mas a resposta foi sempre de que não havia verbas para apoiar a participação da candidata ao concurso Miss Mundo.

O promotor cultural guineense observou que, à última da hora, um responsável do país que não quis identificar, "prometeu resolver o problema da Mirla", "a título pessoal".

A Lusa questionou o Ministério da Cultura, sobre o assunto, mas não obteve nenhuma resposta.

Tópicos
PUB