D. Pedro V, falecido há 150 anos, é "o primeiro homem moderno" português

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Lisboa, 08 nov (Lusa) -- O rei D. Pedro V é "o primeiro homem moderno no nosso país", escreve Ruben Andresen Leitão, autor de uma biografia do monarca que é reeditada quando se cumprem 150 anos sobre a morte do soberano, na próxima sexta-feira.

"D. Pedro V - Um homem e um Rei" é o título da biografia que foi editada pela primeira vez em 1950 e que a Texto Editora coloca esta semana no mercado.

O romancista, falecido em 1975, conta a vida do monarca em quatro capítulos: o ambiente da época, os anos de aprendizagem do príncipe, as viagens ao estrangeiro e os anos de reinado (1853-1861).

A biografia seria o primeiro título de uma trilogia que o autor projetava e que incluía D. Luís, irmão que sucedeu a D. Pedro V no Trono, e o historiador e político Joaquim Pedro de Oliveira Martins, "cuja grandeza não tem sido suficientemente compreendida", escreve.

Defende Ruben A. Leitão, que foi professor no King`s College em Londres, que D. Pedro V, é "o primeiro grito histórico do século XIX" e "o início de um período histórico que vai terminar com as vitórias brilhantes das nossas campanhas africanas". No processo, D. Pedro V representa o começo, a continuação verifica-se com D.Luís e Oliveira Martins corresponde ao período da "confirmação imperial de constante projeção atual", escreve o autor, referindo-se à época da primeira publicação.

Em relação ao ambiente da época, o rei surge "depois daqueles anos desmantelados de liberalismo duvidoso", referindo-se Ruben A. Leitão a um período que vai desde 1820, com a proclamação da Constituição até à subida ao trono de D. Maria II, em 1834, mãe de D. Pedro V.

D Pedro V, que faleceu aos 24 anos, foi "um homem que, ultrapassando as marcas da mais elevada posição hierárquica, vive no ambiente real da expressão humana", escreve o autor que considera que "as preocupações sociais [do soberano] tornam o seu pensamento verdadeiramente contemporâneo".

Ruben A. Leitão que foi administrador da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, editou em 1961 "Cartas de D. Pedro V aos seus Contemporâneos" e projetava editar as Obras Completas de D.Pedro V, considerando ser "inadmissível" que, em 1950, se mantivesse "inédita grande parte dos escritos" do monarca.

Quanto à trilogia projetada, com D. Luís e Oiveira Martins, o autor não chegou a completá-la.

Ruben A. Leitão (1920-1975) ficou conhecido essencialmente como romancista, assinando entre outros, "Caranguejo" e "Kaos", mas foi também dramaturgo, cronista e historiador.

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