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"Este Governo não é amigo dos trabalhadores", diz SIM

por RTP

Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, SIM, justifica a greve de dois dias dos médicos com a falta de acordo ao fim de "um ano de negociações diretas com o Governo, de 16 reuniões com o secretário de Estado", e não com o ministro da Saúde, "um esforço de concertação até há cerca de 10 dias".

O que falhou, acrescenta Jorge Roque da Cunha, foi a concertização das "boas intenções e da boa conversa do Governo".

O Ministério da Saúde "não nos deu nenhuma perspetiva", afirma Jorge Roque da Cunha, apesar da disponibilidade dos sindicatos em encontrar soluções "até ao final da legislatura".

Nenhuma destas questões são novas e quando estava na oposição, o atual ministro da Saúde "achava que eram relevantes" lembra o sindicalista.

"Deu-nos perspetivas numa fase inicial e muito rapidamente deixou de as ter", acusa Roque da Cunha.

"Dificilmente este Governo está aberto às nossas exigências", afirma, acrescentando que tem sido tão dificil negociar com este Governo como foi com o anterior.

"Esta história de ser mais amigo dos trabalhadores não é verdade na prática", refere Roque da Cunha.

Chegou o momento de fazer uma "demonstração da insatisfação que grassa entre os médicos", para quem a decisão de fazer greve é "muito difícil".

Três aspectos, essenciais, além da discriminação que existe no pagamento das horas extra, estão em cima da mesa.

Por um lado, a obrigação dos médicos fazerem 200 horas a mais de urgência por ano, ao contrário dos outros funcionários públicos, que têm de fazer 150 horas.

Em segundo lugar está o horário de 40 horas que inclui a obrigação dos médicos de cumprir 18 horas de urgência, o que Roque da Cunha considera ser demasiado. "Devem ser 12, para as outras seis serem usadas na recuperação de lista de espera de cirurgias e de consultas", afirma.

Por fim, coloca-se a preservação da carreira médica.
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