Fadista e atriz Anita Guerreiro morreu aos 89 anos

A "incontornável" Anita Guerreiro, fadista e atriz portuguesa, morreu este domingo aos 89 anos. A artista era um nome muito associado às Marchas Populares de Lisboa e residia na Casa do Artista, que divulgou a notícia nas redes sociais.

Inês Moreira Santos - RTP /
DR: Casa do Artista via Facebook

Bebiana Guerreiro Rocha Cardinali, mais conhecida como Anita Guerreiro, era fadista, atriz e um rosto incontornável das Marchas Populares de Lisboa, cidade onde nasceu, e do teatro de revista. Tinha 89 anos.

"Partiu, esta noite, a incontornável Anita Guerreiro", comunicou a Casa do Artista, onde residia a atriz.

"Senhora de uma voz inconfundível e de um imenso talento, a todos marcou pelo amor que transmitia em cada palavra, em cada gesto. Sem vedetismos, conforme fazia questão de frisar, era inteira em palco, em frente aos ecrãs e no dia a dia de todos/as aqueles/as que com ela se cruzava".


Foi madrinha de diversas marchas populares na capital, incluindo da “Marcha dos Mercados” entre 2006 e 2015. A carreira foi dividida entre o fado e o teatro, dando voz a inúmeros sucessos, entre os quais “Cheira bem, cheira a Lisboa”, mais tarde imortalizado por Amália Rodrigues, e “Peço a Palavra” - interpretações que, em 1970, lhe valeram o Prémio Estevão Amarante para Melhor Artista de Revista.

Começou a cantar aos sete anos na coletividade Sport Clube do Intendente. Em 1952 concorreu ao “Tribunal da Canção”, um passatempo radiofónico do programa “Comboio das Seis e Meia”, à época um enorme sucesso, no qual se tornou conhecida pelo público.

Integrou também o elenco de várias telenovelas e séries portuguesas, como “Primeiro Amor” (1995), “Roseira Brava” (1996), “Uma Casa em Fanicos” (1998), “A Loja do Camilo” (1999), “Nunca Digas Adeus” (2001), “Os Batanetes” (2004) e, mais recentemente, “Sentimentos” (2009).
Nasceu na freguesia lisboeta dos Anjos e viveu parte da vida nos Estados Unidos, onde casou e teve dois filhos. Posteriormente, regressou a Portugal e viveu no Bairro Alto, também na capital. Pertenceu até 2019, ailás, ao elenco da casa de fados “O Faia”, no Bairro Alto.

 Nos últimos 11 anos, a atriz viveu na Casa do Artista, onde acabou por falecer esta madrugada.

Em 2004, foi galardoada pela Câmara Municipal de Lisboa com a Medalha Municipal de Mérito, Grau de Ouro, em reconhecimento pela carreira e contributo que deu à cultura portuguesa.

São ainda desconhecidos os pormenores das exéquias, por se aguardar a chegada da filha da fadista da atriz, Pepita Cardinali, do estrangeiro
Tópicos
PUB