Falta de domínio do português enfraquece Estado de Direito defende PM timorense

por Lusa

O primeiro-ministro de Timor-Leste afirmou hoje que a falta de domínio da língua portuguesa enfraquece o Estado de Direito democrático e anunciou o recrutamento de jovens para estudarem ciências jurídicas nas universidades portuguesas.

"O nosso Estado ainda é frágil, porque as leis são feitas em português e os nossos magistrados não dominam o português e dependem muito da capacidade do assessor que vem e depois assinam e cometem erros de justiça. Isto é um grande problema", afirmou Xanana Gusmão.

O primeiro-ministro timorense falava no Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação (Infordep), em Díli, antes do início de um seminário alusivo ao Dia Mundial da Língua Portuguesa, celebrado no passado domingo.

"São 22 anos de independência, mas o futuro ainda é longo, e a língua é fundamental para a consolidação do Estado de Direito democrático. Isto é a maior fraqueza do Estado de Direito democrático e por isso vamos proceder a um recrutamento, escolher os melhores jovens, que dominem o português e que tenham inclinação para direito", disse.

"Eu vim do passado para lembrar que a língua portuguesa faz parte da nossa identidade e todos temos de contribuir para isso", salientou o primeiro-ministro timorense.

O gabinete de Xanana Gusmão, através do Grupo de Trabalho para a Reforma do Setor da Justiça, divulgou na segunda-feira um programa para a atribuição de 48 bolsas de estudo para jovens que tenham terminado o 12.º ano em ciências sociais e humanidades e para timorenses que já estejam a frequentar licenciaturas em ciências jurídicas em universidades portuguesas.

O Governo timorense pretende também atribuir duas bolsas de estudo direcionadas para a realização da especialidade em medicina legal e destinam-se a licenciados em medicina legal com experiência profissional em patologia forense.

A receção de candidaturas começa na quarta-feira e decorre até 28 de maio.

 

 

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