Iniciativa RHI estabelece parcerias com Cabo Verde e Moçambique para espetáculos

por Lusa

O projeto Revolution Hope Imagination (RHI), do Arte Institute, resultou este ano em parcerias com Cabo Verde e Moçambique, para a realização de espetáculos e formações naqueles países, revelou à Lusa a diretora e fundadora do Arte Institute, Ana Miranda.

Outra possibilidade que se abriu também com este evento é a da realização de um RHI em Angola e Moçambique, ainda no final deste ano, "o que mostra a importância do evento não só para os artistas portugueses, mas para os próprios artistas da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]".

O RHI, que vai na sua terceira edição, é um projeto gratuito e aberto ao público, embora seja mais direcionado para profissionais de artes e cultura, com o objetivo de fortalecer pontes entre artistas portugueses e projetos mundiais.

Este ano, a iniciativa decorreu entre 23 de junho e 04 de julho, com palestras, oficinas e espetáculos, em 13 cidades portuguesas: Évora, Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Alcobaça, Leiria, Loulé, Faro, Porto, Vidigueira, Ponte de Lima, Braga e Funchal.

"Além de cimentarmos parcerias internas com as 13 cidades envolvidas nesta terceira edição do RHI, desenvolveram-se também parcerias muito importantes com África, em especial com Cabo Verde, estando já a ser alinhados vários espetáculos e formações a serem realizados por artistas nacionais neste país", disse à Lusa, Ana Miranda, fazendo um balanço do encontro.

Segundo a responsável, foram igualmente estabelecidos contactos importantes com Egipto, Moçambique e os EUA, países com os quais "estão a ser alinhados alguns espetáculos".

"Tem havido cada vez mais uma proximidade e uma ligação com as empresas locais das cidades e o próprio projeto RHI. No fundo, estão a ser solidificadas e contratadas participações no estrangeiro de artistas portugueses, fomentando assim a sua internacionalização", acrescentou, sublinhando que também "tem sido frequente a troca de espetáculos entre cidades em Portugal".

Este projeto foi lançado em Portugal em 2019 pela empreendedora cultural Ana Miranda, fundadora do Arte Institute, em Nova Iorque, há dez anos, com o objetivo de criar um "grande evento montra para os estrangeiros" conhecerem a cultura portuguesa, aproximar arte, negócios, cultura e turismo.

Ao fim de três anos de realização do evento, tem havido cada vez mais cidades interessadas em participar no RHI, e os espetáculos portugueses, apesar da pandemia, estão com muita qualidade e os artistas estão empenhados em levar o seu trabalho para o estrangeiro, garante.

"Temos, também, desenvolvido muito a área do digital, uma vez que percebemos que é um espaço em que os artistas têm muito interesse".

Com o término da iniciativa RHI, deste ano, o Arte Institute avança agora para "dois eventos emblemáticos nos EUA", que no ano passado não foram possíveis realizar presencialmente: Portugal in SoHo e o NY Portuguese Short Film Festival, adiantou à Lusa a responsável.

A 6.º Edição do Portugal in SoHo vai realizar-se no dia 10 de julho, entre as 14:30 e as 18:00, na Juan Pablo Duarte Square (Canal Street & 6th av.), em Nova Iorque.

Trata-se de um evento ao ar livre que promove `workshops` e atividades gratuitas para crianças e estudantes de língua portuguesa, espetáculos de artistas portugueses e muitas outras atividades.

"O Portugal in SoHo é a única demonstração de cultura portuguesa em Manhattan, no SoHo", afirmou Ana Miranda, destacando que, com este evento, o Arte Institute "mostra um Portugal escondido dos próprios portugueses".

Este evento pretende "dar-lhes voz" e, ao mesmo tempo, fazer a ponte entre "quem fomos e o que somos hoje", mostrar a Nova Iorque a herança dos portugueses na cidade, e em especial no SoHo, que ajudaram a construir e onde estabeleceram os seus lares.

A partir de 14 de julho, e até ao dia seguinte, o Arte Institute vai apresentar também a 11.ª Edição do NY Portuguese Short Film Festival (NYPSFF), "o primeiro festival português de curtas-metragens nos Estados Unidos", e o único que viaja pelo mundo a promover as mais recentes produções de curtas-metragens de Portugal.

Nesses dois dias, ao final da tarde, o Lincoln Center e o Tribeca Film Centre vão exibir os onze filmes selecionados para a edição deste ano, entre os quais "Dirty Laundry", de Maxim Bessmertny, "The Edge" (A Margem), de Rodrigo Tavares, "Jellyfish" (Alforrecas), de Ana Santos & Sofia Costa, "Quantic Love" (Amor Quântico), de Paulo Furtado, e "Wanna Be Basquiat", de João Pombeiro.

"Like Water", de Sara CF de Gouveia & Jessie Zinn, "Nothing is lost" ("Nada se perde"), de Leonor Faria Henriques, "Longa Distância", de Jean-Luc Moniz, "Like Cattle" ("Como Gado"), de Matilde Calado, "Women like tree" ("Mulher como árvore"), de Alejandro Vázquez San Miguel, Carmen Tortosa, Daniela Cajías, Flávio Ferreira e Helder Faria, e "We are all on the same bus", de Nuno Serrão, são os restantes filmes que completam a seleção.

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