Beja, 18 set 2019 (Lusa) - O edifício do Museu Regional de Beja, antigo Convento de Nossa Senhora da Conceição, vai ser requalificado e valorizado, num investimento de 1,2 milhões de euros, disse hoje à agência Lusa o presidente do município.
Investimento de 1,2 ME para requalificar edifício do Museu Regional de Beja
"É uma boa oportunidade para se melhorar significativamente as condições do edifício do museu com um significante apoio comunitário a fundo perdido", afirmou o presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio.
Trata-se de uma obra de requalificação, valorização e conservação do edifício do museu "há muito necessária" e que vai ser promovida pela Associação Portas do Território (APT), que reúne a Câmara, a Diocese e a Santa Casa da Misericórdia de Beja, frisou.
Segundo o autarca, também presidente da assembleia geral da APT, o financiamento comunitário do projeto "está garantido", o concurso para adjudicação da empreitada deverá ser lançado "até ao final deste ano", e as obras deverão arrancar em 2020.
Do total de 1,2 milhões de euros, 900 mil euros vão servir para requalificar coberturas, instalações sanitárias, caixilharias, infraestruturas elétricas, gabinetes de trabalhos e acessibilidades internas para serem adaptadas a pessoas com mobilidade reduzida, precisou.
Os restantes 300 mil euros, além de incluírem verbas para fiscalização da obra, revisão de preços e trabalhos de arqueologia, vão ser aplicados em intervenções de conservação e restauro da azulejaria do claustro e da pintura mural da sala do capítulo e de fixação dos altares e pintura da igreja do edifício.
A obra vai ser financiada em 75% (900 mil euros) por fundos comunitários, através do Programa Operacional Alentejo 2020.
Os 25% da comparticipação nacional (300 mil euros) deverão ser financiados na íntegra pela Câmara de Beja ou em 15% pelo município e 10% pela Secretaria de Estado da Cultura.
"O financiamento comunitário aprovado é de 75% e não de 85% como se esperava e, por isso, a comparticipação nacional vai ser maior, o que obrigará a um esforço financeiro suplementar da Câmara de Beja", no caso de ser a única a assegurá-la, frisou Paulo Arsénio.
Por isso, explicou, a secretaria de Estado da Cultura, que, através da Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA), assumirá, "em breve", a gestão do museu, em parceria com o município, "está a analisar a possibilidade de poder financiar os 10% da comparticipação nacional que inicialmente não eram expetáveis".
Segundo o autarca, a Câmara de Beja elaborou o projeto da intervenção em parceria com a DRCA e a candidatura a financiamento comunitário foi apresentada e a obra vai ser promovida pela APT, que "está vocacionada para este tipo de intervenções e já recuperou vários espaços religiosos da cidade de Beja".
Instalado no Convento de Nossa Senhora da Conceição, propriedade do Estado, o museu tem um "vasto e valioso" acervo de obras, datadas desde a pré-história até à atualidade, destacando-se as coleções de arqueologia, pintura, azulejaria, cerâmica, ourivesaria, escultura, numismática, metrologia e ferragens.
O museu vai deixar de ser gerido pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo e passar a integrar a rede de museus do Ministério da Cultura, numa gestão partilhada entre a DRCA e a Câmara de Beja.