Morreu o maestro Pedro Osório
O maestro e compositor Pedro Osório morreu esta quinta-feira, vítima de cancro. O conhecido compositor português encontrava-se no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, desde quarta-feira, segundo revelou fonte próxima da família à Lusa. Ao longo da carreira, Pedro Osório trabalhou com vários artistas do panorama nacional, como Fernando Tordo, Carlos Paredes ou Xutos e Pontapés. Como autor e orquestrador venceu diversas vezes o Festival RTP da Canção e representou Portugal quatro vezes na Eurovisão.
O funeral realiza-se no sábado no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, onde será cremado, disse à agência Lusa fonte da funerária.
Pedro Osório, nascido em 1939, era orquestrador, chefe de orquestra, diretor musical e compositor, tendo-se decidido pela carreira musical quando terminava a licenciatura em engenharia mecânica.
Ao longo da carreira, trabalhou com grandes nomes da música portuguesa, nomeadamente Sérgio Godinho, Fernando Tordo, Carlos do Carmo, Carlos Paredes, Rui Veloso, Carlos Mendes, Herman José, Lúcia Moniz ou Xutos e Pontapés.
Enquanto autor e orquestrador, venceu várias vezes o Festivail RTP da Canção e foi autor de vários musicais dos casinos Estoril e Póvoa de Varzim. Entre outras distinções, em 1982, recebeu o Prémio da Crítica pela composição para a peça "Baal", de Bertolt Brecht.
Pedro Osório, natural do Porto, foi dirigente do Sindicato Nacional dos Músicos e fez parte da organização do I Congresso Nacional dos Músicos em 2003. Desde então, e até janeiro de 2011, foi membro da administração da SPA, onde atualmente estava no grupo do fado.
Em 1994, o Presidente da República Mário Soares condecorou-o com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique, tendo recebido posteriormente a Medalha de Ouro do Concelho de Oeiras e a de Mérito da Sociedade Portuguesa de Autores.
Já em 2011, o Ministério da Cultura agraciou-o com a Medalha de Mérito Cultural e o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, condecorou-o com a comenda da Ordem da Liberdade.
"Pedro Osório, a quem o país deve 40 anos de profissionalismo, talento, entrega, alegrias, cumplicidades e tanto mais, a quem o país deve muito do que é hoje a sua linguagem musical contemporânea, foi o apoio e rampa de lançamento de tantos artistas", salientou Gabriela Canavilhas, ministra da Cultura de então, na entrega da Medalha de Mérito Cultural.
Osório, que também se dedicava à escrita de obras de música sinfónica, algumas das quais já executadas em público, lançara recentemente o livro "Memórias irrisórias com algumas glórias".