Secretário de Estado lamenta perda de homem "tão multifacetado quanto exigente"
O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, lamentou hoje a morte do maestro e compositor Pedro Osório, um homem "tão multifacetado quanto exigente e empenhado em cada projeto a que se dedicava".
O maestro e compositor Pedro Osório, nascido no Porto em 1939, morreu hoje em Lisboa, no Hospital de São Francisco Xavier, onde deu entrada na quarta-feira, disse fonte próxima da família à Agência Lusa.
Em nota hoje emitida, o secretário de Estado afirma tratar-se do "desaparecimento de uma figura a quem a música ligeira portuguesa, desde a década de 60, deve uma grande parte daquilo que foi e também do que é ainda hoje".
Para Francisco José Viegas, Pedro Osório foi uma "personalidade que imprimiu sempre uma marca de contemporaneidade e modernidade na música ligeira portuguesa" e "são inúmeros os músicos portugueses que devem a Pedro Osório um pouco de tudo, desde canções a arranjos e composições, além da sua presença solidária e da sua amizade".
O corpo de Pedro Osório vai ser velado sexta-feira na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e seguirá, depois de cremado, para o Porto, disse à Agência Lusa fonte próxima da família do orquestrador, chefe de orquestra, diretor musical e compositor.
Nascido em 1939, Pedro Osório trabalhou com vários artistas do panorama nacional, nomeadamente Sérgio Godinho, Fernando Tordo, Carlos do Carmo, Carlos Paredes, Rui Veloso, Carlos Mendes, Herman José, Lúcia Moniz ou Xutos e Pontapés.
Figura regular dos Festivais RTP da Canção, que venceu várias vezes como autor e orquestrador, e autor de vários musicais dos casinos Estoril e Póvoa de Varzim, Pedro Osório optou pela carreira musical quando terminava a licenciatura em engenharia mecânica.
Entre outras distinções, em 1982, recebeu o Prémio da Crítica pela composição para a peça "Baal", de Bertolt Brecht.
Foi dirigente do Sindicato Nacional dos Músicos e fez parte da organização do I Congresso Nacional dos Músicos em 2003. De 2003 até janeiro de 2011 foi membro da administração da SPA, estando atualmente no grupo do fado.
Em 1994, o Presidente da República Mário Soares condecorou-o com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique, tendo recebido posteriormente a Medalha de Ouro do Concelho de Oeiras e a de Mérito da Sociedade Portuguesa de Autores.
Já este ano, o Ministério da Cultura agraciou-o com a Medalha de Mérito Cultural e o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, condecorou-o com a comenda da Ordem da Liberdade.
Pedro Osório, que também se dedicava à escrita de obras de música sinfónica, algumas das quais já executadas em público, lançara recentemente o livro "Memórias irrisórias com algumas glórias".