Música de câmara e peças antigas definem coreografia de William Forsythe em estreia no Porto

por Lusa

O espetáculo "A quiet evening of dance", apresentado em estreia nacional no Teatro Rivoli, no Porto, na sexta-feira e no sábado, combina música de câmara com trabalhos anteriores do coreógrafo norte-americano William Forsythe.

A obra, cujo título significa, em tradução livre, "uma noite sossegada de dança", apresenta um primeiro ato composto por "Prologue-Catalogue-Epilogue" seguido de "DUO2015", peças anteriores do compositor, enquanto o segundo traz "Seventeen/Twenty One", estreado em 2018 no Teatro Sadler`s Wells, em Londres.

Pelas 21:00 de sexta-feira e 19:00 de sábado, o Porto recebe a estreia de uma produção de vários teatros europeus em que Forsythe, um dos criadores norte-americanos mais influentes das últimas décadas, reúne vários colaboradores frequentes e junta-lhes o `b boy` Rauf Yasit, ou `RubberLegz`.

O objetivo do antigo bailarino, com um percurso marcado pelo `ballet` clássico na Ópera de Estugarda e no Joffrey Ballet, de Chicago, é colocar em palco "um recital sem ornamentos, que transmite o que no movimento vai do moderno ao urbano, do barroco ao contemporâneo", pode ler-se na apresentação.

Se em "Prologue-Catalogue-Epilogue", dividida como tríptico e aqui reutilizada, os braços se estendem "para o ar como pássaros que cantam", "DUO2015" começou por estrear em 1996 num dueto só para mulheres, sendo aqui `remisturado` numa paródia feita por dois bailarinos.

A nova criação volta ao tempo de Luís XIV como rei de França e à Corte de Versalhes "com a dança do Rei Sol e as cinco posições, o pliê, a pirueta, num movimento atualizado".

A acompanhar a narrativa estarão obras do compositor francês Jean-Philippe Rameau (1683-1764), que marcou a ópera francesa e a música para cravo no seu período.

O Rivoli descreve Forsythe como uma "superestrela", destacando a presença no Porto também "dos seus exemplares bailarinos e a história da dança que carregam no corpo".

Estreada em 2018, "A Quiet Evening of Dance" foi exibida a 24 de junho na Bienal de Dança de Veneza, numa carreira internacional que continua a colocar em palco o trabalho do norte-americano, a caminho da quinta década de carreira.

Depois de ter sido bailarino de um estilo mais clássico, Forsythe, de 69 anos, tem-se orientado para a mistura de estilos e de artes, com cruzamentos com expressões como as artes plásticas e o cinema, no currículo.

Depois de dirigir o Ballet de Frankfurt, de 1984 a 2004, ficou a residir na cidade, onde fundou The Forsythe Company, encerrada em 2015.

Ao longo da carreira, apresentou coreografias como "Endless House" (1999), "Yes, we can`t" (2008) ou "Sider" (2011), tendo recebido três Prémios Laurence Olivier, entre 1992 e 2009, e um Leão de Ouro de Veneza pelos seus feitos, em 2010.

 

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