Lisboa, 23 Jul (Lusa) - A nova direcção da Associação Portuguesa de Galerias de Arte (APGA), liderada pelo galerista Pedro Cera, vai defender durante o seu mandato, no biénio 2008/2010, mais apoios à internacionalização das galerias de arte portuguesas.
Os novos órgãos associativos da APGA, com sede em Lisboa, foram eleitos numa Assembleia Geral realizada a 21 de Julho, e dirigirão a entidade - com um universo de 41 galerias associadas - durante o próximo biénio.
Além de Pedro Cera (Galeria Pedro Cera, em Lisboa) na presidência da direcção, Cristina Guerra (Cristina Guerra Contemporary Art, Lisboa) ficou como vice-presidente e Pedro Serrenho (Galeria Pedro Serrenho, Lisboa) como director.
Em declarações à Agência Lusa, Pedro Cera apontou como uma das prioridades da nova direcção a resolução da situação dos apoios à participação de galerias portuguesas em feiras de arte internacionais.
"As galerias podiam candidatar-se uma vez por ano a um subsídio tripartido financiado por três entidades - o Instituto das Artes, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Luso-Amaricana para o Desenvolvimento - mas decidiram cessá-lo em 2007", relatou o galerista.
Pedro Cera disse que a nova direcção pediu terça-feira uma audiência ao ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, "para que esta questão seja resolvida com brevidade".
"As galerias fazem um grande esforço para levar os artistas portugueses ao estrangeiro e necessitam de um apoio para garantir essa presença. Em quase todos os países da Europa há um apoio do Estado com este objectivo", assinalou.
Outra questão que a recém-eleita direcção da APGA definiu como prioritária no seu mandato relaciona-se com questões fiscais e aduaneiras das obras de arte.
"A lei relativa à importação de obras de arte é limitativa porque o IVA de cinco por cento só é aplicado às pinturas feitas à mão pelo próprio artista. As restantes obras, tais como a escultura e a fotografia, por exemplo, são taxadas a um IVA de 21 por cento", observou.
Outro dos objectivos dos novos órgãos sociais da APGA é estabelecer contactos com a Câmara Municipal de Lisboa para encontrar uma nova sede que vá ao encontro das necessidades da entidade, que actualmente se encontra instalada "numa sala exígua" de um edifício na Avenida 5 de Outubro.
Às eleições concorreu apenas a lista vencedora, que é ainda composta, na presidência da Assembleia Geral, por João Esteves de Oliveira (Galeria João Esteves de Oliveira, Lisboa), o vice-presidente é Paulo Amaro (Paulo Amaro Contemporary Art, Lisboa), e o lugar de secretário cabe a Maria do Carmo Oliveira (Galeria MCO, Porto).
O Conselho Fiscal é presidido Miguel Nabinho (Galeria Lisboa Vinte, Lisboa), tendo como vogais Pedro Oliveira (Galeria Pedro Oliveira, Porto) e Manuel Ulisses (Galeria Quadrado Azul, Porto) e como suplente Vera Cortês (Vera Cortês Agência de Arte).
Pedro Serrenho(Galeria Pedro Serrenho), Francisco Pereira Coutinho (Galeria São Mamede) e Rui de Brito (Galeria 111) integravam uma comissão de gestão da APGA desde 2006.
Representando actualmente 41 galerias com diferentes opções estéticas, a APGA surgiu em 1989 para promover e divulgar a arte contemporânea.
