Obra "Cara ou coroa. Pequena história da moeda?" apresentada hoje em Lisboa

A obra "Cara ou coroa? Pequena história da moeda", de Ricardo Henriques, com ilustrações de Nicolau, é apresentada hoje, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, paralelamente aos projetos dos alunos de Setúbal sobre "a moeda do futuro".

Lusa /

A obra, editada pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda, propõe-se abordar "os dois lados da moeda, o objeto e a unidade monetária", afirma o autor no início da narrativa.

"Pilim" é a personagem que narra a história da moeda, que afirma no início: "Moeda e moeda não são a mesma coisa", esclarecendo em seguida: "Moeda sou eu, com coração de bronze, disponível para fazer compras, para `mealhar` em cofres e mealheiros ou para ser atirada ao ar e decidir qual a equipa que dá o pontapé de saída"; "por outro lado, a moeda, a unidade monetária, é a moeda oficial de cada país ou região".

Feitos estes esclarecimentos, "Pilim", que afirma pertencer "a uma família de objetos metálicos que gostam de tilintar de bolso em bolso", aborda a história da moeda, desde quando ainda não havia moedas, e vários materiais serviam de valor de troca, conforme as comunidades, nomeadamente peles de animais, conchas, penas "e até crânios humanos".

A obra aborda ainda "da `moeda-mercadoria` à moeda cunhada", o valor fiduciário da moeda e mostra diferentes moedas do mundo.

Segundo Ricardo Henriques, o autor, "as moedas mais difundidas têm sido circulares, com cara, coroa e produzidas num metal ou liga metálica", mas há variações a este formato, como moeda retangulares, como o metical de Moçambique e o dáler sueco, ou em forma de borboleta, como o Pi de Porcelana, que existiu na China.

O livro dedica um dos capítulos à moeda em Portugal, remontando aos seis séculos durante os quais o atual território continental português fez parte do Império Romano, e aborda ainda o período muçulmano, a partir de 711.

Em 1143, o nome e o território de Portugal oficializaram-se entre as nações europeias, e o primeiro rei, "D. Afonso Henriques, mandou cunhar as primeiras moedas portuguesas, os dinheiros, batidos em bolhão, uma liga metálica de muito cobre e pouca prata". Estas moedas circularam até ao reinado de D. Fernando (1367-1383), que mandou cunhar uma nova moeda "o real".

A primeira moeda produzida fora do território europeu foi o "escudo de Ceuta", no reinado de D. Afonso V (1438-1481), e foi produzido naquela cidade no norte de África.

Dos "reais", passa-se aos "réis", sendo que, durante a expansão ultramarina, "o grande português de ouro" era a moeda preferencial das transações de especiarias indianas, que valia 10 cruzados, e "era uma espécie de dólar do século XVI, aceite em todo o mundo".

"Esta moeda foi "batida em Lisboa, Porto, Goa, Malaca e Cochim durante 70 anos", recorda a obra.

Com a queda da monarquia, em outubro de 1910, "enterraram-se os réis a 22 de maio de 1911, e saiu a legislação que instituía o escudo", que circulou até 31 de dezembro de 2001. No dia seguinte, 01 de janeiro de 2002, teve início a circulação física do "euro", moeda comum a outros países da União Europeia, como Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Itália, Luxemburgo, entre outros.

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