PJ Harvey recebe prémio Mercury pela segunda vez

Londres, 07 set (Lusa) -- A cantora PJ Harvey tornou-se terça-feira a primeira artista a ganhar duas vezes o prémio musical britânico Mercury, ao obter o galardão com o álbum Let England Shake, inspirado nos conflitos bélicos desde a Segunda Guerra Mundial.

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Confirmando os prognósticos das casas de apostas, que a davam como favorita, a cantora britânica, muito aclamada pelas suas letras e pela qualidade do álbum, impôs-se a outros 11 finalistas, entre os quais Adele, com o disco 21, recorde de vendas no Reino Unido, noticiam as agências internacionais.

PJ Harvey, que teve a sua estreia musical em 1992, já tinha obtido o Mercury em 2001 pelo seu trabalho `Stories from de city, stories from the sea`.

Ao receber terça-feira o segundo galardão Mercury, a artista reconheceu que "muito se passou desde o primeiro prémio" e realçou que este último álbum "custou muito a escrever" e "é muito importante" para si.

"Queria fazer algo com significado, não só para mim, mas também para as outras pessoas e algo duradouro", declarou PJ Harvey, nascida numa aldeia rural de Dorset em 1969.

O Mercury, que distingue o melhor disco britânico ou irlandês do ano, está dotado com um prémio monetário de 20 mil libras (23 mil euros) e foi entregue pelo popular apresentador Jools Holland, numa cerimónia celebrada em Londres, onde atuaram alguns dos melhores artistas do momento.

Competia também pelo prémio Anna Clavi, apadrinhada pelo músico e produtor Brian Eno, com o álbum Anna Calvi, muito aclamado pela crítica.

Adele concorreu com o seu segundo disco (21), que foi recorde de vendas no Reino Unido e que permaneceu 11 semanas seguidas nos `tops` de mais vendidos.

Esta foi a segunda vez que Adele concorreu ao Mercury, que já lhe tinha escapado em 2008, com a sua primeira obra, 19.

Os álbuns finalistas foram: 21, de Adele, Anna Calvi, o disco de estreia de Anna Calvi, Let England Shake, de PJ Harvey, Man Alive, dos Everything Everything, Peanut Butter Blues and Melancholy Jam, de Ghostpoet, Good Days At Schloss Elmau, de Gwilym Simcock, James Blake, o disco de estreia de James Blake, On A Mission, de Katy B, Diamond Mine, de King Creosote & Jon Hopkins, The English Riviera, dos Metronomy, Disc-Overy, de Tinie Tempah, e Build a Rocket Boys!, dos Elbow.

O álbum de PJ Harvey era, de acordo com os corretores de apostas, o favorito ao prémio, com probabilidade de 11/8, o de Anna Calvi o segundo, com 5/1, e os de James Blake e Adele partilhavam o terceiro lugar, com 6/1.

PJ Harvey, foi agora premiada com o álbum Let England Shake, que apresentou este ano ao vivo em Lisboa em dois concertos esgotados.

Também os Elbow já foram distinguidos com o Mercury Prize, em 2008, um galardão que lhes proporcionou um salto qualitativo na carreira, agora que cumprem vinte anos de existência.

Anna Calvi, Everything Everything e James Blake atuaram em julho em Portugal no festival Optimus Alive e os Elbow tocaram no mesmo mês no festival Super Bock Super Rock. Os Metronomy atuaram em agosto no festival Paredes de Coura.

No ano passado, o Mercury Prize foi atribuído aos The XX, com o disco de estreia XX.

O Mercury, aberto a todos os géneros musicais, reconhece a criatividade dos álbuns selecionados, sem ter em conta o número de vendas.

O júri que elege o vencedor é integrado por compositores, produtores, apresentadores e jornalistas especializados na área.

 

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