Primeiro prémio científico internacional dos Açores lançado hoje

por Lusa
António Araújo - Lusa

O primeiro prémio científico internacional dos Açores vai ser lançado hoje, na ilha do Faial, numa iniciativa da Associação de Antigos Alunos do Liceu da Horta (AAALH), em homenagem ao cientista Frederico Machado, que faleceu há 22 anos.

"O grande cientista vai ter o seu nome num prémio científico, que é o primeiro criado a partir dos Açores, com suporte da Presidência do Governo e com o apoio científico do Instituto de Ciências do Mar da Universidade dos Açores, aqui no Faial, chamado Okeanos", disse à Lusa Henrique Barreiros, presidente da AAALH.

Este prémio científico era um dos projetos que a associação de antigos alunos tinha preparado para perpetuar o nome do cientista faialense Frederico Machado, nascido na Horta em maio de 1918 e falecido em Cascais em novembro de 2000.

O professor universitário e engenheiro distinguiu-se na investigação vulcanológica dos Açores, sobretudo por altura do Vulcão dos Capelinhos, erupção que ocorreu entre 1957/58 na sua ilha natal.

"Será um prémio em Ciências do Mar, no valor de 2.500 euros, para o primeiro classificado, e um prémio em Geociências, as duas grandes especialidades de Frederico Machado, também no valor de 2.500 euros", explicou Henrique Barreiros, adiantando que todos os cientistas com trabalhos publicados em revistas internacionais, nestas áreas, poderão concorrer ao galardão.

Os trabalhos científicos que forem apresentados no âmbito deste prémio serão depois apreciados por um júri internacional de especialistas em Ciências do Mar e Geociências, que incluem, entre outros, o investigador Ricardo Serrão Santos, ex-ministro do Mar e antigo deputado pelos Açores ao Parlamento Europeu.

O lançamento do primeiro prémio científico internacional dos Açores irá ocorrer na noite desta terça-feira, na Biblioteca Pública João José da Graça, na cidade da Horta, numa sessão solene que inclui também a apresentação de um livro que reúne as memórias autobiográficas de 18 antigos alunos do Liceu da Horta.

"Vamos aproveitar a cerimónia, para pedir também, mais uma vez, à sociedade faialense, para que lute, para que se imponha e para que vigie o compromisso do Governo Regional relativamente à construção do futuro museu dos cabos submarinos", advertiu Henrique Barreiros, referindo-se a outro projeto há muito acalentado pela AAALH.

A associação pretende que o executivo açoriano recupere a antiga estação de cabos telegráficos da Horta, denominada de "Trinity House", que durante grande parte do século passado albergou as companhias telegráficas oriundas da Alemanha, de Inglaterra e dos Estados Unidos, que tinham sido instaladas no Faial e que durante décadas influenciaram a vida económica, social e desportiva da ilha.

"Os governos têm de se habituar a honrar a palavra, portanto, este é um problema de empenhamento e uma luta por aquelas coisas que nos parecem sérias", lembrou Henrique Barreiros.

O responsável referia-se à publicação, em Jornal Oficial, em abril deste ano, de um despacho que determina a intervenção no referido imóvel, no sentido de resolver problemas da cobertura do edifício, onde já funcionou a antiga Escola Preparatória da Horta e mais recentemente o Conservatório Regional da Horta.

 

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