Teatro Meridional leva "Pedro Páramo" ao Próximo Futuro da Gulbenkian
Lisboa, 03 set (Lusa) -- O Teatro Meridional leva à cena, de 09 a 12 de setembro, em Lisboa, a peça "Pedro Páramo", do romance homónimo do escritor mexicano Juan Rulfo, numa encenação de Miguel Seabra, integrada no Próximo Futuro 2014.
Publicado em 1955, "Pedro Páramo" é a segunda obra de Juan Rulfo, o primeiro romance do escritor, que foi considerado um dos melhores e mais influentes da literatura hispano-americana, elogiado por autores como Jorge Luís Borges, Gabriel García Márquez, Carlos Fuentes, Octavio Paz e Gunter Grass, entre outros.
Com "Pedro Páramo", o Teatro Meridional dá "continuidade a um das suas linhas de trabalho de eleição, a criação de novas dramaturgias baseadas em adaptações de textos não teatrais" e, neste caso, a partir de uma obra que Gabriel García Márquez reconheceu ser o caminho literário que procurou para os seus livros.
A obra, que recebeu o prémio Xavier Villaurrutia, em 1955, conta a história de Juan Preciado que, depois da morte da mãe, vai a Comala para conhecer Pedro Páramo, seu pai.
Ao longo do caminho, e já em Comala, cruza-se com vários habitantes, todos de alguma forma ligados ao pai. As contradições e os absurdos vão-se sucedendo, num romance em que os limites entre real e sobrenatural, passado e presente, se vão esbatendo.
Habitada por uma comunidade onde Pedro Páramo é odiado por todos, Comala acabou por, progressivamente, assumir, as características da sua identidade. Mas Pedro Páramo está morto e Comala morrerá com ele.
Co-produzida pelo Teatro Meridional e Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do festival Próximo Futuro, a peça "Pedro Páramo" tem versão cénica, encenação e desenho de luz de Miguel Seabra, adaptação de Natália Luiza, espaço cénico e figurino de Marta Carreiras, música original e espaço sonoro de Rui Rebelo.
A interpretação é de António Filipe, Carla Galvão, Ivo Canelas, Natália Luiza, Nuria Mencia, Romeu Costa e Rui M. Silva.
Depois de apresentada no âmbito do Próximo Futuro, durante a próxima semana, a peça voltará ao Teatro Meridional, onde estará em cena de 17 de setembro a 12 de outubro, de quarta-feira a sábado, às 21:30, e aos domingos, às 16:00.