A cantora Tonicha prepara um conjunto de iniciativas para festejar os seus 40 anos de carreira artística, nomeadamente a edição de uma fotobiografia, disse hoje à agência Lusa fonte da sua produtora.
Além da fotobiografia, está prevista a edição um álbum de inéditos e a realização de um espectáculo em Lisboa, para evocar a efeméride.
Conforme atesta a sua carteira profissional, Tonicha, natural de Beja, onde nasceu a 08 de Março de 1946, começou a cantar no dia 03 de Fevereiro de 1965.
Ao longo da sua carreira, a artista interpretou autores como José Carlos Ary dos Santos, António Gedeão, Carlos Mendes, ou Joaquim Pessoa, que volta a colaborar no novo disco.
A cantora marca a história do festival da Canção da RTP, que venceu em 1972 com o tema "Menina" de Ary dos Santos e Nuno Nazareth dos Santos, e o da Figueira da Foz que venceu em 1966 e 1967 com "Boca de amora" e "A tua canção avozinha", respectivamente.
Ao longo da sua carreira Tonicha gravou canções de intervenção, temas de música ligeira e folclore.
O etnólogo João Viegas, que acompanha desde há muito a carreira da artista, disse à Lusa que partiu dele a ideia de Tonicha gravar folclore português.
Ao "Vira do malmequer", canção recolhida na zona de Santarém, seguiu-se "Resineiro" um tema "gravado por indicação de José Afonso que o tinha gravado anteriormente", disse João Viegas.
"Os dois discos, editados pela RCA, venderam em princípios da década de 1970 mais de 80.000 cópias", explicou João Viegas, que na altura era o responsável por aquela editora.
A fotobiografia está a ser preparada por Alberto Benfeita e conta com uma recolha de textos sobre a artista assinados por Bernardo Santareno, Ary dos Santos e Baptista-Bastos, para além de um texto da própria Tonicha "que conta a sua história desde que saiu de Beja e veio viver para o Barreiro para a casa de um tio-avô aos 16 anos", adiantou João Viegas à Lusa.
Quanto ao CD, em fase de pré-produção, "será de inéditos" e entre os autores já confirmados contam-se Jorge Palma e Joaquim Pessoa.
O espectáculo será realizado numa sala de Lisboa, onde a artista fará uma retrospectiva da sua carreira.
Tonicha cantou vários temas que se tornaram sucessos populares: além de "Menina", refira-se "O mercado", "Aleluia", "Desencontro", "Canção da Amizade", "Ora pimba na caneca", "Sericotalho", ou "Zé que fumas".
Tonicha começou no centro de preparação de artistas da então Emissora Nacional e participou em vários programas daquela emissora e na televisão.
Em 1967 ganhou Oscar da Imprensa para Melhor Cançonetista, o Microfone de Ouro do RCP, e foi eleita Mulher Portuguesa do Ano.
Em 1972 gravou várias versões portuguesas de canções de Patxi Andion.
Além fronteiras obteve vários prémios, com "Menina" a alcançar o 8º lugar na Eurovisão, 3º no Festival de Brasov (Roménia), 4º nas Olímpiadas da Canção em Atenas, e 5º no Festival da OTI com "Aleluia" de José Cid.
No Brasil ganhou o Prémio da Crítica no Festival do Rio de Janeiro, e o Prémio de Interpretação no de Split (ex-Jugoslávia).
