Em direto
Portugal comemora 50 anos da Revolução dos Cravos. Acompanhe ao minuto

"Torto Arado", do escritor brasileiro Itamar Vieira Junior vence Prémio LeYa de Literatura

por RTP
Facebook

"Torto Arado", do escritor brasileiro Itamar Vieira Junior, é o romance vencedor do Prémio LeYa de Literatura, no valor monetário de 100 mil euros, com edição prevista pelo grupo editorial, anunciou hoje Manuel Alegre, que presidiu ao júri.

A distinção acolheu a unanimidade, referiu o presidente do júri. Manuel Alegre elencou a “solidez da construção, o equilíbrio da narrativa e pela forma como aborda o universo rural do Brasil” como argumentos para a atribuição do Prémio Leya 2018.

“Torto Arado” coloca “ênfase nas figuras femininas, na sua liberdade e na violência exercida sobre o corpo, num contexto dominado pela sociedade patriarcal”, referiu Alegre, dizendo que o romance, apesar de partir de uma realidade muito concreta, atinge “contornos universais”.


Itamar Vieira Junior nasceu em Salvador, Bahia. É escritor, geógrafo e doutor em Estudos Étnicos e Africanos (UFBA).

São de sua autoria os livros de contos “Dias” (Caramurê, 2012), vencedor do XI Prêmio Arte e Cultura (Literatura – 2012), e “A oração do carrasco” (Mondrongo, 2017), obra selecionada pelo edital setorial de literatura da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Dois de seus contos foram traduzidos e publicados em revistas especializadas em França. É colunista da São Paulo Review.

Com a obra “A oração do carrasco”, venceu o Prémio Humberto de Campos (União Brasileira de Escritores – RJ) de melhor livro de contos – biénio 2016-2017.

O Prémio LeYa de Literatura é o maior galardão para uma obra inédita escrita em língua portuguesa, e o júri desta 10.ª edição, contou com os novos membros, a escritora angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck, que substituíram o escritor angolano Pepetela e os professores e críticos brasileiros José Castelo e Rita Chaves, que saíram.

Além do escritor Manuel Alegre, que mantém a presidência do júri desde o início, continuam também a fazer parte Lourenço do Rosário, professor de Letras e ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo, José Carlos Seabra Pereira, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Coimbra, e o escritor e poeta Nuno Júdice.

O júri reuniu-se na terça-feira e hoje na sede do grupo LeYa, em Alfragide, no concelho da Amadora, nos arredores de Lisboa.

Ao galardão candidataram-se, este ano, 348 originais provenientes de 13 países, a maioria, de Portugal e Brasil, embora tenham chegado "obras de países tão diversos como Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, China ou até mesmo da Islândia", segundo o grupo editorial.

No ano passado, o vencedor foi o romance "Os Loucos da Rua Mazur", de João Pinto Coelho.

O galardão foi atribuído pela primeira vez em 2008, ao brasileiro Murilo Carvalho, pelo romance "O Rastro do Jaguar", e por duas vezes não teve vencedor - em 2010 e em 2016 -, dada a qualidade dos originais a concurso, segundo justificou então o júri.

"O Olho de Hertzog", de João Paulo Borges Coelho, venceu o prémio em 2009, "O Teu Rosto Será o Ultimo", de João Ricardo Pedro, em 2011, "Debaixo de Algum Céu", de Nuno Camarneiro, foi o vencedor em 2012, ao qual se sucedeu "Uma Outra Voz", de Gabriela Ruivo Trindade, em 2013. Em 2014 venceu o romance "O Meu Irmão", de Afonso Reis Cabral, e, em 2015, "O Coro dos Defuntos", de António Tavares.


c/Lusa
Tópicos
pub