BCE reduz taxa principal a zero e reforça compra de dívida

por Carlos Santos Neves - RTP
A principal taxa diretora da instituição encabeçada por Mario Draghi estava fixada desde setembro de 2014 em 0,05 por cento Ralph Orlowski - Reuters

O Banco Central Europeu selou esta quinta-feira a redução das suas três taxas diretoras. A taxa de referência passou a zero, o que acontece pela primeira vez na história do pilar da Zona Euro. Foi ainda robustecido, para 80 mil milhões de euros, o programa de compra de dívida.

A principal taxa diretora da instituição encabeçada por Mario Draghi estava fixada desde setembro de 2014 em 0,05 por cento.As decisões do BCE impulsionaram ações nas principais bolsas da Europa. O euro caiu. Ao início da tarde negociava aquém de 1,09 dólares.

Na reunião desta quinta-feira o Banco Central Europeu decidiu também abater em cinco pontos-base, para 0,25 por cento, a taxa de juro que se aplica à facilidade permanente de cedência de liquidez.

Já a taxa de depósitos passa de -0,30 para -0,40 por cento.

Outra das decisões da reunião de política monetária incide sobre o programa de compra de dívida implementado há um ano: a dotação mensal do Quantitative Easing passa de 60 mil milhões para 80 mil milhões de euros, um reforço que começará a produzir efeitos em abril.

A partir de junho serão ainda lançadas quatro operações de refinanciamento. Todas com maturidade a quatro anos.
“Um longo período”
Na habitual conferência de imprensa após a reunião, o presidente do Banco Central Europeu deixou antever a possibilidade de futuras reduções das taxas diretoras.

As taxas, sinalizou Draghi, “vão permanecer nos atuais níveis, ou mais baixas, durante um longo período, bem para lá do horizonte dos nossos resgates de ativos”. Ou seja, além de março do próximo ano.

Também esta quinta-feira a instituição monetária sediada em Frankfurt corrigiu em baixa as próprias estimativas para a inflação e o crescimento na Zona Euro em 2016 e 2017, levando em linha de conta a crise do petróleo.

A previsão para a inflação deste ano passou assim de um para 0,1 por cento. Para 2017 é esperada uma inflação de 1,3 por cento, contra os anteriores 1,6. Para 2018 a estimativa é de 1,6 por cento.

A expectativa do BCE para a economia da Zona Euro é de crescimentos de 1,4 por cento em 2016, 1,7 por cento em 2017 e 1,8 em 2018.
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