Bolsa em queda e dólar em alta com a ideia de Lula ser ministro

O dólar subiu para 3,74 reais e os valores cotados em Bolsa caíram em 3,66%, ao ser anunciada a entrada de Luís Inácio “Lula” da Silva no Governo da presidente Dilma Roussef. A subida e a queda são atribuídas às declarações de Lula sobre a necessidade de uma nova política económica.

RTP /
Ueslei Marcelino, Reuters

A subida do dólar para o valor de 3,74 reais corresponde a uma valorização na ordem dos 3,5 por cento. O dólar comercial, por sua vez, ganhou 2,79 por cento.

Por seu lado, o índice bolsista Ibovespa perdia 3,66 por cento. As cotações sofreram um retrocesso generalizado, com as empresas estatais a liderarem as perdas.

A Folha de São Paulo considera que se trata de reacções negativas dos mercados face a uma política preconizada por Lula, de baixar os juros, facilitar o crédito e usar reservas internacionais para reanimar a economia.

Aquele diário paulista refere a eventualidade de uma "guinada à esquerda" na política económica, com a concomitante utilização das reservas para abater a dívida pública federal - algo que é favorecido pela liderança pêtista, e potenciado pela entrada de Lula no Governo, apesar de todos os anteriores desmentidos de Dilma a esse respeito.

Na acentuada queda das cotações bolsistas e do valor do real contra o dólar poderão ter pesado também os rumores sobre um alegado acordo de bastidores entre Dilma e o presidente do Senado, Renan Calheiros (do PMDB), no sentido de implementar uma reforma constitucional de cariz parlamentarizante.

Admite-se que Dilma aposte nessa cartada, que lhe faria perder a favor de um primeiro-ministro a chefia do executivo, mas que lhe permitiria resistir à pressão pelo impeachment. Seja qual for o fundamento dos rumores, a ideia da reforma constitucional semi-parlamentarista é considerada pouco grata aos mercados.

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