Bruxelas aprova tarifas a aplicar na importação de veículos elétricos a bateria vindos da China

por Andrea Neves - correspondente da Antena 1 em Bruxelas
Automóveis novos, incluindo veículos elétricos da empresa BYD, fabricados na China, estacionados no porto de Zeebrugge, na Bélgica, em outubro de 2024. Foto: Yves Herman - Reuters

Sem acordo com a China, Bruxelas decidiu as tabelas permanentes de tarifas a aplicar à importação de carros elétricos da China. O valor dos direitos aduaneiros adicionais sobre os carros elétricos provenientes chineses será de 35,3% para a Saic, de 18,8% para a Geely, de 17% para a BYD e de 7,8% sobre a produção na China da americana Tesla.

Desta forma, os impostos sobre os carros elétricos importados da China podem, no máximo, chegar a 45% quando entram na União Europeia porque os valores acrescem à taxa de 10% já me vigor para veículos importados, no geral.

A Comissão decidiu que serão aplicadas por um período de cinco anos a partir da publicação no jornal oficial da União Europeia, o que deve acontecer ainda esta terça-feira ou quarta-feira.

Bruxelas confirma a conclusão de que as importações de automóveis subvencionados provenientes da China são efetivamente uma ameaça de importantes prejuízos à indústria da União.
Esta decisão pretende restabelecer condições justas de concorrência, no mercado europeu, com os fabricantes da China que recebem vários subsídios públicos e estatais.

Sem esta medida, admite a Comissão, muitos dos empregos dos 14 milhões de trabalhadores europeus desta indústria estariam definitivamente em causa.

Outras empresas que cooperarem com Bruxelas pagarão uma sobretaxa de 20,7%, e as que não colaborarem, de 35,3%.

Recorde-se que a China já começou investigações ‘anti-dumping’ sobre produtos importados da União Europeia como queijos, carne de porco, produtos lácteos e bebidas espirituosas à base de vinho, incluindo o conhaque, importados da Europa. Por esta razão a Alemanha, a Hungria, a Eslováquia, a Eslovénia e Malta votaram contra o plano fiscal da Comissão que, mesmo assim, foi aprovado.

A Comissão Europeia afirma que ainda está disposta a chegar a um acordo com a China nomeadamente sobre o preço mínimo de venda, um valor abaixo do qual os fabricantes chineses não poderiam vender no espaço da União Europeia. As negociações continuam mas não se apresentam fáceis.
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