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CGD regista prejuízos de 50 milhões de euros no primeiro semestre

por RTP
Reuters

A Caixa Geral de Depósitos revelou esta sexta-feira os resultados económicos. No primeiro semestre do ano teve 50 milhões de euros de prejuízo. No mesmo período do ano passado, os prejuízos tinham sido de 205,2 milhões de euros. Paulo Macedo admitiu que o banco público terá de aumentar as receitas com comissões.

O presidente executivo do banco, Paulo Macedo, considerou que os resultados dos primeiros seis meses de 2017 "estão em linha com o plano estratégico".

Na apresentação de resultados, a CGD destacou a evolução dos resultados de exploração `core` (margem financeira mais os resultados de serviços e comissões e menos os custos de estrutura recorrentes), que foi de 303 milhões de euros até junho (acima dos 173 milhões de euros do primeiro semestre de 2016), que justifica com o crescimento da margem financeira e a redução de custos.

A CGD foi recapitalizada no início deste ano em mais de quatro mil milhões de euros.

No âmbito dessa recapitalização, o banco público acordou com Bruxelas um programa de reestruturação que passa por alterações no modelo de negócio, venda de operações no estrangeiro, fecho de agências e saída de trabalhadores.

O objetivo é chegar com menos 2.000 pessoas até 2020.
Aumentar receitas com comissões
Paulo Macedo admitiu que o banco público terá de aumentar as receitas com comissões, uma vez que o plano estratégico negociado com a Comissão Europeia prevê que aumentem em 25 milhões de euros, mas que quer fazê-lo sobretudo com operações bancárias mais complexas, nomeadamente crédito, e não com comissionamento de contas.

O gestor recusou, no entanto, que o banco tenha a intenção de aumentar os encargos dos pensionistas, tendo afirmado que "a Caixa não introduziu qualquer comissão para reformados" nas recentes alterações de preçário e de mudança de pacotes de serviços.

O gestor acrescentou que, após as mudanças feitas nos serviços oferecidos pelo banco, as isenções de comissões irão abranger "cerca de 500 mil pensões segundo as contas preliminares, de um universo de 900 mil pensões pagas" através do banco. As isenções são aplicadas tendo em conta a idade do cliente e valor da pensão.

Paulo Macedo disse ainda que a CGD não cobra qualquer comissão no caso dos clientes dos serviços mínimos bancários, considerando que desse modo está a isentar de encargos a população "mais vulnerável".

"A Caixa cobra cerca de metade ou um terço das comissões que os outros bancos cobram. Os bancos estão a divulgar resultados e este fim de semana já se saberá", disse Macedo.
Cerca de 300 trabalhadores saíram em 2017
Cerca de 300 trabalhadores saíram da CGD desde início do ano em reformas e pré-reformas, e mais 348 poderão sair em reformas, mas também em rescisões por mútuo acordo, disse hoje o presidente do banco público.

Segundo o presidente executivo do banco, Paulo Macedo, "até hoje 300 pessoas cessaram o seu vínculo ao banco e 248 pessoas manifestaram interesse em reformar-se ou pré-reformar-se".

Além disso, explicou, em conferência de imprensa em Lisboa, cerca de 100 trabalhadores manifestaram também interesse em sair do banco mas no âmbito do programa de rescisões por mútuo-acordo que decorre até setembro.

No final de junho deste ano, o banco detido a 100% pelo Estado tinha 8.070 empregados em Portugal.
Fecho de sucursais `offshore` de Caimão e Macau
Paulo Macedo anunciou ainda que o banco vai fechar, até final do ano, as sucursais `offshore` das ilhas Caimão e de Macau, deixando o banco público de ter então operação em territórios considerados paraísos fiscais.

O gestor explicou que já não estão a ser aceites novos depósitos de clientes não residentes em Portugal e que está a contactar os clientes para saber se querem manter-se no banco ou terminar a relação comercial.

Com o fecho dessas sucursais, o banco público deixará de ter sucursais em territórios considerados paraísos fiscais.

Há já alguns anos, devido às alterações legais no `offshore` da Madeira que a CGD encerrou a sucursal exterior que aí tinha.

Na sucursal das ilhas Caimão há 250 milhões de euros em depósitos e cerca de 350 milhões na de Macau.

Também a sucursal da CGD em Londres será encerrada até final do ano, mantendo-se na capital britânica apenas um escritório de representação, anunciou Paulo Macedo.


c/Lusa
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