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Chega desafia Governo a esclarecer atuação do SIS até 4.ª feira para desistir de inquérito

por Lusa

O presidente do Chega desafiou hoje o Governo a esclarecer a atuação das `secretas` na recuperação do computador do ex-adjunto das Infraestruturas até quarta-feira, assegurando que, nesse caso, retira a proposta de comissão de inquérito sobre o tema.

Em declarações aos jornalistas antes de uma visita à Feira do Livro de Lisboa, André Ventura anunciou também que o partido entregou um requerimento para voltar a ouvir na comissão de inquérito à TAP o ex-presidente da Parpública Pedro Ferreira Pinto, depois de o Correio da Manhã ter noticiado que o Governo tem, desde dezembro de 2015, uma `pen` com pareceres sobre os fundos Airbus, no valor de cerca de 226,8 milhões de dólares (202,5 milhões de euros, ao câmbio da época), que David Neeleman utilizou para capitalizar a TAP.

"Vários ex-ministros, como Pedro Marques, mas também Mário Centeno e outros, disseram que não tinham conhecimento. Ou não leram o que lhes foi distribuído ou estão a mentir. Temos de começar a retirar consequências das mentiras nesta comissão parlamentar de inquérito", afirmou, salientando que se irá entrar na última semana de audições.

A este propósito, Ventura antecipou "uma quarta-feira muito dolorosa" no parlamento para o executivo, dia em que será ouvido no inquérito à TAP o ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes e em que serão votadas, em plenário, propostas da IL e do Chega para constituir uma comissão de inquérito à atuação dos serviços de informações na recuperação do computador do ex-adjunto Frederico Pinheiro na noite de 26 de abril.

"O Governo tem dois dias para evitar aquilo que todos não desejamos: uma comissão de inquérito aos serviços de informações é indesejável sob todos os pontos de vista, por isso o Governo tem dois dias para dizer a verdade", apelou.

Para Ventura, "basta que o Governo diga o que aconteceu, quem falou com quem e qual é a base legal", assegurando que se tal ficar claro o Chega pedirá para retirar o seu projeto-lei da ordem do dia do plenário, desafiando os liberais a fazerem o mesmo.

Questionado se está certo que essa comissão de inquérito avançará -- é preciso maioria em plenário ou que seja pedida potestativamente por um quinto dos deputados -, o líder do Chega considerou que "o PSD já deixou claro que se não houver esclarecimentos" avançará para o inquérito obrigatório à atuação das `secretas`.

"Ninguém a deseja, mas penso que para o líder da oposição, Luís Montenegro, fica muito difícil se não houver esclarecimentos do Governo justificar a posição de não haver comissão parlamentar de inquérito", disse.

"Vai parecer às pessoas que estamos a esconder alguma coisa e que os políticos se juntaram para esconder a verdade", avisou.

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