CP lidera. Transportes somam quase 8500 queixas no primeiro semestre

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes registou 8.466 queixas relativas ao funcionamento de serviços nos primeiros seis meses deste ano, número que traduz uma diminuição de 14 por cento face ao semestre anterior. A CP é a empresa com maior número de reclamações, mostra o relatório divulgado esta sexta-feira.

Carlos Santos Neves - RTP /
CP, Metro de Lisboa, Transtejo, Europcar e Carris foram os alvos do maior número de reclamações, segundo a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes Manuel de Almeida - Lusa

Em nota enviada às redações, a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) explica que, no primeiro semestre do ano, “foram registadas e tratadas” 8.466 reclamações. Destas, “7.549 dizem respeito a reclamações inscritas no Livro de Reclamações dos diversos operadores e prestadores de serviços”. As demais 917 deram entrada na própria AMT.
Os dados estão no Relatório sobre Reclamações no Mercado da Mobilidade e dos Transportes - 1.º semestre 2018.

A Autoridade refere “um decréscimo significativo”, de 14 por cento, relativamente ao segundo semestre de 2017.

“Este decréscimo equivale a cerca de menos 1.381 reclamações, o que pode dever-se a vários fatores, nomeadamente a uma possível melhoria na prestação do serviço por parte dos principais operadores e prestadores de serviço”, sublinha-se na nota da AMT.

Quanto às empresas que apresentam um número mais pronunciado de queixas, a tabela é encabeçada por CP, Metropolitano de Lisboa, Transtejo, Europcar e Carris, com 1.850, 847,623, 319 e 316, respetivamente.

Por outro lado, “CP, o Metropolitano de Lisboa, a Rede Nacional de Expressos, a TST e a EVA Transportes foram as empresas que apresentaram, este semestre, uma maior descida do número de reclamações registando, comparativamente com o semestre anterior, menos 364, menos 358, menos 236, menos 144 e menos 89 reclamações, respetivamente”.

“Esta descida do número de reclamações foi especialmente notória nas seguintes tipologias de motivos: a) críticas à atuação da empresa (-41,4 por cento reclamações); b) atendimento sem qualidade (-54,7 por cento); c) crítica à conduta de funcionário ou colaborador (-22,6 por cento); d) incumprimento do horário do transporte (-15 por cento); e) máquinas de venda de títulos, compras on-line, multibanco e validadores (-35,7 por cento)”, elenca a Autoridade.
“Situações recorrentes”

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes enfatiza que “são do conhecimento público as situações recorrentes de atrasos e supressão de serviços no transporte de passageiros” realizado pela CP. “No entanto, tais situações não se mostram traduzidas em reclamações formalizadas pelos utentes, junto do próprio operador ou da AMT”, contrapõe.

Miguel Bastos - Antena 1

“Ao analisar as reclamações no primeiro semestre, por setor de atividade, a AMT conclui que, tal como nos semestres anteriores, os setores rodoviário e ferroviário representam a maioria das reclamações, com 86,1% do total, representando, respetivamente, 48,7% e 37,3%. O transporte de passageiros nos setores rodoviário, ferroviário e fluvial é, naturalmente, o subsetor mais reclamado”, lê-se no comunicado.

Outro dado do relatório diz respeito aos principais motivos para as reclamações. “Aproximadamente 66 por cento do total” visaram preços, pagamento e funcionamento de bilheteiras, cumprimento defeituoso, cumprimento não conforme o contrato e incumprimento e, por último, a qualidade do atendimento e o atendimento deficiente, quer “nos estabelecimentos” que “no atendimento telefónico”.

No primeiro semestre de 2018, “foi dada a conhecer à AMT informação relativa a reclamações recebidas, fora do Livro de Reclamações, diretamente pelos operadores de transporte de passageiros – informação dos operadores que registaram o maior número de reclamações e daqueles que têm uma maior relevância na sua área de intervenção - contabilizando um total de cerca de 22.258 reclamações”, indica por fim a Autoridade, fazendo referência a um decréscimo de 3,1 por cento relativamente ao semestre anterior.
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