Crise nas vinhas. Ministro da Agricultura diz que futuros apoios implicam menos produção

Não há outro caminho: José Manuel Fernandes diz que o Douro vai ter de produzir menos vinho até encontrar o equilíbrio entre a oferta e a procura.

Antena 1 /

Foto: Filipe Amorim - Lusa

No dia em que os viticultores da região se manifestam, na Régua, contra a crise que afeta o sector, o governante afirma que os apoios excecionais que têm sido dados não podem continuar, considerando que não estão a resolver a situação.

"O apoio que dermos implicará uma diminuição da produção também no futuro sem que haja perda de rendimento para o produtor"
, sublinha José Manuel Fernandes no Ponto Central, do Programa da Manhã da Antena 1.

Nas contas apresentadas pelo ministro da Agricultura, já foram gastos 54 milhões de euros em destilações desde 2020, isto é, "destruir vinho e transformá-lo em álcool para fins industriais". 

José Manuel Fernandes aponta que as medidas não são para repetir e é perentório: "54 milhões de euros e o problema não está resolvido", afirma, acreditando que "os produtores não querem isto".

O Governo promete apoios para quem for obrigado a mudar de vida, a trocar o vinho por outras colheitas com menos parcelas da região demarcada ficam dedicadas ao vinho.

O mais importante, aponta na Antena 1, é garantir o rendimento de quem hoje produz mas não consegue vender.
Ouvida esta manhã também na rádio pública, a Confederação Nacional da Agricultura pede a intervenção do próprio primeiro-ministro, para resolver a crise que afeta o sector.

O dirigente Vítor Rodrigues diz que o ministro da Agricultura já conhece bem os problemas existentes, "mas neste momento a crise é de tal ordem que temos de chegar à fala com o primeiro-ministro".
Impedir a compra de uvas abaixo do custo de produção e garantir, em casos excecionais, que o Estado compra excedentes das adegas são algumas das propostas deixadas pela Confederação Nacional de Agricultura para enfrentar a crise dos viticultores.

Num comunicado lançado esta quarta-feira, o Governo reconhece as legítimas preocupações manifestadas pelos produtores. O ministério da Agricultura e Mar garante que está a preparar soluções estruturais para "assegurar a sustentabilidade económica, social e ambiental" da Região Demarcada do Douro (RDD), que serão dirigidas "sobretudo aos pequenos produtores".
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