De "traição" a "asneira" a venda da TAP suscita as mais variadas críticas

por Graça Andrade Ramos - RTP
O Governo decidiu vender a TAP ao consórcio Gateway de David Neelman e Humberto Pedrosa Reuters

Para o primeiro-ministro a aprovação da privatização da TAP revelou "muita coragem" do Governo. A oposição e os sindicatos rejeitam veemente o processo e o Partido Socialista adverte mesmo que este está numa "fase intercalar" e que um Governo socialista o fará reverter.

O PS considera a privatização da TAP uma grande asneira dizendo que põe em causa o interesse púbico.
O coordenador da bancada socialista para a Economia, Rui Paulo Figueiredo, disseainda que vai chamar o ministro da Economia, Pires de Lima, ao Parlamento, com caráter de urgência, para dar explicações detalhadas sobre o processo de privatização da transportadora aérea.

O Governo anunciou hoje em Conselho de Ministros que vendia a transportadora aérea portuguesa ao consórcio Gateway de David Neelman e Humberto Pedrosa, rejeitando a proposta de German Efromovich.

Para o PCP a TAP foi vendida por "uma bagatela" e é uma traição nacional
Mariana Mortágua, pelo Bloco de Esquerda, acusou o Governo de "cara de pau" por anunciar a venda da Tap como benefício.
O BE admite recorrer aos tribunais para travar a privatização.

Já o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos ainda espera que o processo seja travado, já que lhe levanta dúvidas e receios.
O SITAVA não considera que o caminho da viabilização económica da empresa passe pela venda.
Para a Comissão de Trabalhadores, que há vários anos se opõe à prvarização da TAP, a decisão é de lamentar e espera que possa ser revertida nos tribunais.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) relembrou que o processo de privatização da TAP, que o Governo deu hoje por concluído com a venda da transportadora ao consórcio Gateway, ainda não chegou ao fim.

Também para o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil a privatização da TAP não é um dado adquirido. Em comunicado, reforça que é importante lembrar que falta a decisão do Supremo Tribunal Administrativo, quanto às Providências Cautelares interpostas e respectivas acções judiciais.

Refere o sindicato dos pilotos que falta também o aval de Bruxelas. E, porque estes processos demoram meses a serem concluídos, falta ainda o aval e assinatura do próximo Governo.

A direcção do sindicato reforça que, ainda: "aguardamos, mas, seguramente, não parados."
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