Em 2022 e 2023. Alemanha obtém gás liquefeito e gasóleo dos Emirados

por RTP
Olaf Scholz cumprimenta, em Abu Dhabi, Mohamed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos Mohamed Al Hammadi - EPA

A Alemanha e os Emirados Árabes Unidos assinaram este domingo um acordo que enquadra o fornecimento de gás liquefeito e gasóleo ao país europeu neste ano e no próximo. O entendimento ficou selado durante uma deslocação do chanceler alemão, Olaf Scholz, a Abu Dhabi.

Este acordo, adiantou a agência oficial dos Emirados, Wam, prevê a exportação de uma carga de gás natural liquefeito para a Alemanha no final deste ano. Seguir-se-ão novos abastecimentos em 2023.Está prevista uma entrega direta de gasóleo em setembro e o fornecimento de até 250 mil toneladas por mês de gasóleo até 2023.

Em Abu Dhabi, o chanceler alemão, Olaf Scholz, quis colocar a ênfase na determinação em acabar com a dependência de um único fornecedor de energia, numa referência à Rússia de Vladimir Putin.

Scholz está a realizar desde sábado um périplo pelos países do Golfo. O objetivo do governante alemão é selar parcerias energéticas que permitam fazer face à crise aberta pela invasão russa da Ucrânia.

"Fizemos progressos em toda uma série de projetos aqui em termos de produção e compra de gasóleo e gás", afirmou Olaf Scholz aos jornalistas, na sequência de uma visita um parque natural com a ministra das Alterações Climáticas dos Emirados, Mariam al-Mehairi.

"Depender de um fornecedor e depender das suas decisões não nos acontecerá mais, certamente", vincou o chanceler.

"Com os investimentos que estamos a fazer na Alemanha, que se concretizarão gradualmente no próximo ano, teremos de facto uma infraestrutura de importação de gás que significará que deixaremos de estar diretamente dependentes de um fornecedor específico na outra extremidade do gasoduto"
, completou.

Olaf Scholz avistou-se no sábado, em Jeddah, com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, em Jeddah.A próxima escala na agenda de Scholz é o Qatar, rico em gás, onde manterá conversações com o emir sheikh Tamim bin Hamad Al Thani.

De assinalar que o Qatar acaba de assinar um contrato de 1.500 milhões de dólares com o gigante francês de petróleo e gás TotalEnergies, tendo em vista a instalação do maior campo de gás natural do mundo. Algo que Olaf Scholz classificou como "importante".

"Temos de garantir que a produção de gás liquefeito no mundo esteja suficientemente avançada para que a elevada procura possa ser satisfeita sem ter de recorrer à capacidade de produção na Rússia utilizada até agora", enfatizou.

Por sua vez, Mariam al-Mehairi fez notar que as conversações com o chanceler alemão abarcaram, para além da energia, "a ação climática e o crescimento económico": "Três pilares que devem andar juntos".

A ministra das Alterações Climáticas dos Emirados Árabes Unidos defendeu ainda "uma transição justa" dos combustíveis fósseis para a energia limpa. Quer Abu Dhabi quer Riade rejeitam o que consideram ser modelos de transição "irrealistas", que têm potenciado a crise energética.

c/ agências

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