Empresa de Mora que produz e exporta "kits" médicos investe 2,5 ME em novas valências
Mora, Évora, 16 nov (Lusa) -- A Medirm, empresa familiar de Mora (Évora), que fabrica e exporta dispositivos médicos, está a construir na vila alentejana um laboratório e um centro de esterilização por óxido etileno, num investimento que ronda os 2,5 milhões de euros.
As novas valências, a cargo de uma outra empresa da Medirm, vão ter "a mais recente tecnologia" e devem estar operacionais "no início do próximo ano", adiantou hoje à agência Lusa uma das responsáveis, Liliana Júlio.
Segundo a sócia da empresa, que já possui 13 funcionários, estes equipamentos, cuja construção é apoiada por fundos comunitários, vão criar mais seis postos de trabalho, "altamente qualificados".
O projeto está a "nascer" na Zona Industrial de Mora, em frente ao pavilhão da atual empresa, e inclui um laboratório de análises, "não clínicas, mas sim médicas, microbiológicas e à água ou à cortiça".
"O laboratório vai prestar serviços à Medirm e a entidades que necessitem de todo o tipo de análises", frisou, explicando que a "diferença", em relação a outros equipamentos similares no país, é que este vai "certificar métodos específicos para ensaios de esterilização de dispositivos médicos".
A outra componente da expansão desta Pequena e Média Empresa (PME) alentejana é um centro de esterilização por óxido etileno, igualmente vocacionado para prestar serviços externos, o que o torna "pioneiro em Portugal", asseverou.
"Vai fazer a esterilização de todo o tipo de dispositivos médicos" podendo este serviço ser solicitado por "empresas e entidades que atualmente, como a Medirm, esterilizam fora os seus produtos", disse.
Os dois equipamentos "complementam-se", frisou Liliana Júlio, realçando a importância de a empresa, que fabrica "kits" de material médico, integrando pinças, bolas de gaze, compressas ou campos impermeáveis, "controlar todas as etapas" da produção.
"É uma mais-valia e um investimento que tem muito futuro. Para a Medirm, é considerado um bem essencial. Por exemplo, todos os nossos produtos são esterilizados fora de Portugal", o que implica "custos consideráveis", disse.
Daí que, mesmo com a atual crise económica e financeira do país, este investimento não seja "um risco", sublinhou a sócia da empresa: "Ter aqui a unidade de esterilização, vai ser excelente em termos da rentabilidade de tempo de produção".
Com a quase totalidade da produção a seguir para exportação, sobretudo para a Suíça, França e Alemanha, esta PME alentejana assegura que está "a crescer, ao contrário do que está a acontecer no país", e prevê novos mercados em 2012.
"Queremos alargar o mercado e passar [a exportar] para a Bélgica e Espanha", assumiu Liliana Júlio, garantindo que, no próximo ano, a Medirm vai ainda centrar atenções no mercado nacional.