Empresários moçambicanos pedem medidas para que desastre de Nampula não se repita

por Lusa

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) pediu hoje medidas que evitem que se repita o "desastre" de domingo, em Nampula, em que morreram 98 pessoas que seguiam num barco de pesca que naufragou.

"A CTA, imbuída de espírito solidário, iniciou uma mobilização junto do empresariado e espera canalizar apoios brevemente às famílias enlutadas (...) e fica o apelo para que medidas apropriadas sejam tomadas para que desastres similares não voltem a acontecer", afirmou a vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Maria Assunção Abdula, durante uma conferência de imprensa, em Maputo.

O acidente matou 98 pessoas, incluindo 55 crianças, 34 mulheres e nove homens, havendo registo de 16 sobreviventes entre os cerca de 130 que seguiam a bordo.

"É um momento muito constrangedor porque é algo que mexe com todos nós. São vidas que se perderam e que em momento algum nós podemos recuperar", acrescentou Maria Assunção Abdula.

De acordo com as autoridades marítimas moçambicanas, a embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros nem tinha condições para o efeito e as pessoas que transportava fugiam a um surto de cólera no continente, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de 100 metros da costa.

O dono e um responsável pela embarcação estão detidos, disse à Lusa a porta-voz da polícia em Nampula, Rosa Chaúque.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, visita hoje a Ilha de Moçambique, província de Nampula, norte do país, onde, no domingo, aquele barco naufragou.

Na sequência da tragédia, o Conselho de Ministros de Moçambique decidiu decretar luto nacional de três dias, a partir das 00:00 do dia 10 de abril até às 24 horas do dia 12 de abril.

O Conselho de Ministros decidiu ainda criar uma comissão de inquérito para aprofundar as circunstâncias, causas e responsabilidades em relação ao acidente e submeter recomendações ao Governo, disse o porta-voz do executivo, Filimão Suaze, em conferência de imprensa no final da reunião.

Em relação à desinformação sobre a cólera que levou a uma fuga das pessoas vítimas do naufrágio, o porta-voz do Governo defendeu a "intensificação" das campanhas de educação e sensibilização das comunidades sobre as causas e tratamento da doença.

As Nações Unidas anunciaram o envio de uma equipa para apoiar as autoridades moçambicanas e prestar ajuda aos sobreviventes.

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