Já foram realizadas dez edições associadas à campanha "Escola Electrão". Campanhas de sensibilização para a reciclagem de produtos eléctricos, electrónicos e similares, junto dos mais novos, que permitiu a recolha de mais de seis mil toneladas de equipamentos eléctricos usados nas várias escolas aderentes, de norte a sul de Portugal.
Agora esta iniciativa volta a sair à rua e a 11.ª edição arranca com mais um início de um ano letivo, vai durar até junho de 2022 e conta com mais de 360 escolas aderentes.
Dinamizada pelo "Electrão – Associação de Gestão de Resíduos", este programa tem como objetivo sensibilizar para o correto encaminhamento de pilhas, lâmpadas e equipamentos elétricos fora de uso.
A maior parte dos equipamentos elétricos usados recolhidos nas escolas corresponde a pequenos aparelhos, mais fáceis de transportar, como torradeiras, máquinas de café e telemóveis.
Uma iniciativa que tem dado frutos tendo na última campanha sido recolhidas mais de 172 toneladas destes equipamentos, o que representa 66 por cento do total.
Andreia Craveiro responsável pela iniciativa Escola Electrão refere à RTP “que todos nós utilizamos equipamentos elétricos e eletrónicos, e no final de vida devemos garantir que estes têm um destino adequado. Com a campanha Escola electrão nós queremos sensibilizar os mais novos através das escolas a fazer esta reciclagem.”
E se temos consciência de que produzimos muito lixo domestico – orgânico, plástico, papel e vidro – e já separamos e colocamos no ecoponto, na questão do lixo electrónico essa ideia passa um pouco ao lado, porque o “descartar” deste tipo de produto é muito pontual.
Por ano e a nível global, diz Andreia Craveiro, “cada cidadão produz oito quilos de resíduos eletrónicos”, sendo que a maioria acaba por ir parar a aterros.
Devido ao seu elevado valor na aquisição somos muitas vezes levados a guardar os equipamentos, quando ultrapassados ou mesmo avariados, acabando estes por ficar esquecidos num qualquer sótão ou mesmo depositados em contentores do lixo normal ou nos ecopontos amarelos e de forma errada.
Algo que para a responsável pela iniciativa Escola Electrão é grave porque este tipo de material é de desmontagem complexa, não é biodegradável, podendo mesmo libertar determinados químicos e ácidos para o ambiente, como por exemplo as pilhas.
E as escolas e os mais novos podem ter aqui um papel fundamental na mudança.
Nesta campanha as escolas que participam na iniciativa recolhem não só as pilhas mas também grandes equipamentos, como aparelhos de ar condicionado, por exemplo, e já têm um peso significativo no valor total (31 por cento). No último ano letivo foram recolhidas 82 toneladas destes aparelhos com o envolvimento dos estabelecimentos de ensino.
Já as pilhas, algo menos pesado, ocupam apenas dois por cento do total recolhido, ainda assim significativo.
Com os meios de acondicionamento e comunicação enviados pelo Electrão, as escolas aderentes incentivam alunos, professores, funcionários e pais a entregar os seus equipamentos fora de uso, como forma de consciencializar para o papel de cada um na proteção do ambiente através da separação de resíduos para reciclagem.
Reciclar e com ganhos para as escolas e alunos
Reciclar este tipo de equipamentos é de extrema importância, não só pelo conjunto de material que usa estes consumíveis, mas também pela difícil e complexa degradação, bem como o forte impacto ambiental que os aparelhos eletrónicos causam no ambiente.
E como incentivo pelo trabalho de sensibilização, as escolas aderentes podem receber vales, que depois podem usar para a compra de novos equipamentos elétricos e eletrónicos.
Estes vales são atribuídos com base num sistema de pontos, em função da quantidade de resíduos recolhidos pela escola.
Números duplicaram na última campanha
De acordo com o programa associado ao “Ponto Eletrão” o material recolhido (pilhas, lâmpadas e equipamentos elétricos usados) no âmbito da última campanha, duplicaram face ao anterior ano letivo (2020/21).
De Julho de 2020 a Junho 2021 foi possível reunir um total de 263 toneladas de equipamentos nas escolas, o que representou um aumento de 110 por cento em relação às 125 toneladas registadas na edição de 2019/2020.
“Esperamos que o novo ano lectivo que ainda agora começou seja um marco em termos de recolha de equipamentos elétricos nas escolas, o que seriam boas notícias para o ambiente.
Isso significaria que estes aparelhos não seriam depositados nos contentores indiferenciados, não iriam poluir solos ou linhas de água, nem seriam desviados para operadores que não procedem à sua descontaminação”, alerta o Diretor-Geral do Electrão, Pedro Nazareth.
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