Exportação de banana de Moçambique em mínimos de mais de seis anos

por Lusa

O volume de exportação de banana por Moçambique, um dos 30 maiores produtores mundiais, caiu em 2023 para 32,3 milhões de dólares (30,2 milhões de euros), o valor mais baixo em mais de seis anos.

De acordo com dados do Banco de Moçambique que detalham o volume das exportações do país, este desempenho compara com o volume de 41,4 milhões de dólares (38,7 milhões de euros) em 2022, praticamente idêntico ao de 2021, enquanto em 2017 essa exportação rendeu 32,8 milhões de euros (30,6 milhões de euros).

Os empresários moçambicanos alertaram para a possibilidade de escassez de produtos agrícolas no sul do país nas próximas semanas, devido às consequências das sucessivas inundações, admitindo por isso subida dos preços e apontando dificuldades no setor das bananas.

"Vamos tentar gerir da melhor forma junto do ministério e também das instituições que fazem a monitoria para que isso não aconteça. Mas sabem que é uma realidade e é difícil fugirmos àquilo que é a realidade. A escassez de produtos traz sempre esta situação", afirmou recentemente, em conferência de imprensa, em Maputo, a vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).

Maria Assunção Abdula deu o exemplo do setor da banana, em que as receitas de 2024 "já estão altamente comprometidas": "Devido a chuvas excessivas e ventos que, para além de causarem estragos diretos, a queda de plantas e comprometimento dos respetivos rebentos (...) estão também a proporcionar a emergência de muitas pragas".

A província de Maputo, e outras regiões do sul, têm sido afetada no último mês por sucessivas chuvas e ventos fortes, que provocaram várias inundações, condicionando diversas atividades. Só esta província contava em 2021 com 22 empresas privadas que se dedicavam à produção de banana, sendo 80% da produção exportada para outros países africanos, segundo dados do Governo moçambicano.

Em 2021, aquela província do sul de Moçambique garantiu a produção de 249.829 toneladas, numa área de 5.141 hectares. Destes, 4.719 hectares eram explorados por empresas comerciais privadas e as restantes por pequenos produtores, maioritariamente do setor familiar.

"A produção da fruta contribui em 3,9% na produção global valorada da Agricultura, nesta parcela [Maputo] do país. Este setor é dos maiores geradores de emprego direto no setor agrícola, com uma média de 1,3 trabalhadores/hectare, o que significa cerca de 6.100 empregos diretos e 11.000 indiretos, totalizando cerca de 17.100 trabalhadores", refere-se na mesma informação do Governo, com os dados de 2021.

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