FMI já vê tempestade da próxima crise a formar-se

por RTP
David Lipton declarou que o FMI entrou na última queda financeira “sem recursos” Kim Kyung Hoon - Reuters

David Lipton, vice-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), acredita que já se estão a formar as nuvens negras que em breve poderão resultar numa crise financeira global. Para responsável, o sistema financeiro mundial não está preparado para esta tempestade.

Mais de uma década depois do último colapso financeiro no sistema bancário global, o vice-diretor do FMI considera que o “trabalho na prevenção de crises está incompleto” e que os países não “arranjaram o telhado enquanto o sol ainda brilhava”.

De acordo com Lipton, as nações não possuem poder suficiente para combater a próxima recessão individualmente, apelando aos governos que trabalhem em conjunto para resolver os problemas que poderão gerar uma crise.

“Devemos preocupar-nos com a potência da política monetária”, alertou Lipton, referindo-se à capacidade da Reserva Federal dos Estados Unidos e de outros bancos centrais para reduzir as taxas de juro de modo a impulsionar a economia no caso de uma desaceleração da mesma.

Avisou ainda que níveis elevados de endividamento dos governos impedem que possam ser feitos cortes nos impostos e que seja possível aumentar os gastos.
"Sem recursos"
David Lipton declarou que o FMI entrou na última queda financeira “sem recursos” até ter recebido um fundo de um bilião de dólares (cerca de 883 milhões de euros) de governos de todo o mundo.

O dirigente lamentou que os líderes mundiais não tenham realizado uma revisão ao poder financeiro do FMI para o próximo ano.

Por fim, o vice-diretor do Fundo Monetário Internacional aconselhou a China a tomar medidas urgentes de modo a abrir a sua economia à concorrência global. Lipton recomendou que o país diminua as barreiras comerciais e imponha regras mais rígidas para proteger a propriedade intelectual.

“A China poderia fazer muitas reformas que seriam do seu interesse e do interesse de outros países por todo o globo, mas sente que não pode dar esses passos quando tem uma arma apontada à cabeça”, acrescentou, referindo-se à guerra comercial com os Estados Unidos.
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