FMI revê inflação na zona euro em alta e crescimento em baixa

por RTP
Johannes P. Christo - Reuters

O Fundo Monetário Internacional reviu esta terça-feira em alta a inflação da zona euro em 2022, prevendo agora 7,3%. São mais 2,9 pontos percentuais do que a estimativa anterior, segundo as projeções económicas agora divulgadas.

A instituição sediada em Washington assinala, no seu relatório, que a projeção para a inflação global é mais pessimista, esperando agora que atinja 8,3% no quarto trimestre deste ano face ao período homólogo, quando em abril esperava 6,9%.

Segundo o FMI, a revisão em alta da inflação em 2022 é maior para as economias avançadas, onde se espera que atinja 6,3% face aos 4,8% projetados em abril, impulsionada pelos aumentos significativos em economias do Reino Unido (com um aumento de 2,7 pontos percentuais para 10,5%) e a zona euro (revisão em alta de 2,9 pp. para 7,3%).

As previsões para 2023 permanecem relativamente inalteradas, com uma revisão em alta de 0,2 p.p..

Segundo o FMI, tal reflete "a confiança de que a inflação irá diminuir à medida que os bancos centrais apertarem as políticas e os efeitos base dos preços da energia se tornarem negativos".

Para os mercados emergentes e economias em desenvolvimento, espera que a inflação em 2022 atinja 10%. Crescimento para a zona euro revisto em baixa para 2,6%
O FMI cortou ainda o crescimento do PIB da zona euro para 2,6% este ano e 1,2% em 2023, menos 0,2 pp. e 1,1 pp. do que anteriormente, devido ao impacto da guerra na Ucrânia e da política monetária.

Na atualização das projeções económicas mundiais, o Fundo Monetário Internacional prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro desacelere de 5,4% em 2021 para 2,6% este ano e para 1,2% em 2023.

As previsões significam um corte de 0,2 pontos percentuais (pp.) e de 1,1 pp. face ao relatório divulgado em abril.

O FMI justifica que "as melhores perspetivas para o turismo e a atividade industrial em Itália são mais do que compensadas por cortes significativos em França, Alemanha e Espanha".

A revisão em baixa, assinala, reflete "as repercussões da guerra na Ucrânia", bem como uma política monetária mais restritiva, com o Banco Central Europeu a subir as taxas de juros pela primeira vez desde 2011 e a terminar com as compras líquidas de ativos.

Em várias economias europeias, refere, contudo, os fundos do NextGenerationEU estão a apoiar "a atividade económica".FMI corta crescimento económico mundial deste ano para 3,2%
Quanto à previsão de crescimento mundial, o FMI reviu-a em baixa de 0,4 pontos percentuais, para 3,2% este ano, devido ao impacto da guerra na Ucrânia, desaceleração mais acentuada na China e aperto das condições financeiras.

Na atualização das projeções económicas mundiais, o Fundo Monetário Internacional estima que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global desacelere de 6,1% no ano passado para 3,2% em 2022, 0,4 pontos percentuais (pp) abaixo do esperado em abril.

Um menor crescimento no início deste ano, uma redução do poder de compra das famílias e a política monetária mais restritiva levaram a uma revisão em baixa de 1,4 ponto percentual nos Estados Unidos para 2,3%, aponta o FMI.

Na China, os novos confinamentos e o aprofundamento da crise imobiliária levaram o crescimento a ser revisto em baixa de 1,1 pp., para 3,3%.Crescimento em África mantém-se nos 3,8% este ano
O FMI manteve a previsão de crescimento para a África subsaariana nos 3,8% este ano e 4% em 2023, salientando que as perspetivas por país mantêm-se "inalteradas ou positivas".

"As perspetivas de evolução dos países no Médio Oriente e Ásia Central e na África subsaariana continuam, em média, inalteradas ou positivas, refletindo os efeitos dos elevados preços dos combustíveis fósseis e dos metais para alguns países exportadores de matérias-primas", lê-se na atualização do relatório sobre as Perspetivas Económicas Mundiais.

Para as duas maiores economias da África subsaariana, a Nigéria e a África do Sul, o FMI mantém o crescimento da Nigéria em 3,4% este ano e sobe uma décima na estimativa de expansão económica no próximo ano, agora de 3,2%, ao passo que para a África do Sul, a previsão melhora de 1,9% para 2,3% este ano e mantém nos 1,4% para 2023.

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