Francisco van Zeller defende subida do salário mínimo para 515 a 520 euros

O antigo presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal Francisco van Zeller defende que o salário mínimo deveria subir para os 515 a 520 euros, embora alerte que é preciso assumir as consequências de uma decisão deste teor, que poderá levar ao fecho de algumas empresas.

Sandra Henriques /

Foto: Antena1

Em entrevista ao jornalista da Antena 1 Luís Soares, Francisco van Zeller afirma sobre o aumento do salário mínimo nacional que “se é para subir que suba mesmo”. “Eu suponho que será por volta de 515, 520, que é muito, mas também é preciso ver que não subiu nos anos anteriores. Isso vai ter consequências muito grandes e é preciso assumi-las, é preciso assumir que há empresas que não aguentam isso”, avisa.

Questionado se essas empresas poderão fechar, o antigo líder dos patrões admite que isso poderá acontecer: “À la longue”. “As encomendas começam a desaparecer, não fecham de um dia para o outro. Não é de vingança chegar lá com a chave. Com o tempo perdem encomendas, perdem balanço e saem. Outras eventualmente têm que se mexer para se adaptar. Portanto, no fundo é espicaçar um bocadinho as empresas. É preciso assumir que muitas não são capazes de fazer isso ou não podem. Este ciclo de aumentos de salários tem vítimas e vencedores”, sublinha.

Francisco van Zeller considera ainda nesta entrevista que uma eventual descida de impostos no próximo ano pode ser importante para a economia portuguesa. No entanto, o antigo líder da CIP admite que o momento escolhido não é o mais adequado, visto que poderá ser interpretada como uma medida eleitoral. Quanto à forma como Portugal vai deixar o atual programa de assistência financeira, o ex-presidente da CIP entende que um programa cautelar é a melhor opção para Portugal.

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