Reportagem

Frente Comum cumpre "grande greve" da Função Pública contra políticas do Governo

Esta sexta-feira é dia de greve da Função Pública, uma jornada de luta convocada pela Frente Comum de sindicatos afetos à CGTP. Atualizamos aqui, ao minuto, todas as informações sobre o impacto da paralisação de 24 horas.

Mariana Ribeiro Soares, Carlos Santos Neves - RTP /

Emissão da RTP Notícias_


Manuel de Almeida - Lusa

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Momento-Chave
Lusa /

Greve da função pública com adesão de 43,5% no serviço de saúde da Madeira

"Dos 3.134 trabalhadores de várias categorias profissionais escalados para os períodos noturno, da manhã e da tarde, abrangendo tanto os Cuidados de Saúde Primários como os Cuidados de Saúde Hospitalares, registou-se uma adesão à greve de 1.364 profissionais, o que corresponde a uma taxa de 43,52%", lê-se na informação divulgada na Madeira.

No mesmo documento, o Serviço Regional de Saúde adianta que "a atividade programada foi a mais afetada, com constrangimentos registados na realização de análises clínicas, exames, cirurgias programadas, bem como na atividade regular de alguns centros de saúde".

Também assegura que "todas as situações urgentes e inadiáveis estão a ser atendidas e os serviços mínimos estão salvaguardados" e que, respeitando o direito à greve, a instituição está a "envidar todos os esforços para minimizar os efeitos" desta paralisação.

O SRS alertou antecipadamente os utentes na Madeira para eventuais condicionamentos na prestação de alguns serviços dos cuidados de saúde primários e hospitalares devido à greve e recomendou o contacto prévio com os serviços para confirmar a viabilidade do atendimento.

A greve geral de trabalhadores da administração pública foi convocada pela Frente Comum, que representa 29 sindicatos de todos os setores da administração pública, e à qual aderiram o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), e a Associação Sindical dos Profissionais da Inspeção Tributária e Aduaneira (APIT).

Os trabalhadores exigem a valorização das suas carreiras, aumento dos salários, defesa dos serviços públicos, reposição do vínculo público e revogação do sistema de avaliação de desempenho (SIADAP).

A Frente Comum acusa o Governo de degradar as condições de trabalho e de desinvestir nos serviços públicos.

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Lusa /

Sindicato diz que adesão à greve mostra "descontentamento" dos trabalhadores

Num comunicado, hoje divulgado, o sindicato apontou o "profundo descontentamento com a política de empobrecimento".

"A elevada adesão à Greve Nacional da Administração Pública, convocada pela Frente Comum, que continuou a fazer-se sentir esta manhã" afetou "grandemente muitos serviços municipais", salientou, indicando que "demonstra a forte mobilização, unidade e determinação dos trabalhadores em prosseguir a luta em defesa dos seus direitos e pela sua valorização salarial e profissional".

De acordo com o STAL, a greve levou ao encerramento de muitos serviços na generalidade das autarquias e empresas municipais, destacando juntas de Freguesia, estaleiros, oficinas, serviços de água e saneamento, escolas, jardins de infância, transportes coletivos urbanos de passageiros, piscinas, fiscalização, bibliotecas, setores operacionais, tesourarias e serviços de atendimento e administrativos.

"Os dados conhecidos da Administração Local até ao momento refletem a grande disponibilidade para a luta e o profundo descontentamento dos trabalhadores face à ausência de resposta efetiva do governo PSD-CDS aos seus problemas e às suas exigências", disse o STAL.

Estas exigências, lembrou, passam por aumentos não inferiores a 15%, com mínimo de 150 euros para todos, por uma base remuneratória de 1.050 euros e um subsídio de refeição de 12 euros, entre outras exigências.

O STAL disse que o ano de 2026 será mais um em que o poder de compra dos trabalhadores da Administração Pública, e em particular os da Administração Local, em que os salários são mais baixos, se degrada "significativamente", com uma "atualização salarial de 2,15%, valor muito aquém do necessário para repor o poder de compra perdido desde 2009 e para fazer face ao agravamento do custo de vida".

O STAL apelou ainda para a participação dos trabalhadores no dia 08 de novembro, com a "Marcha Nacional contra o Pacote Laboral", convocada pela CGTP-IN para Lisboa, "para lutar contra as propostas de alteração da legislação laboral apresentadas pelo Governo, que representam um autêntico `assalto` aos direitos dos trabalhadores, e visam satisfazer os patrões, que desejam ter ao seu serviço trabalhadores descartáveis e com salários de miséria". 

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Momento-Chave
"A maior greve dos últimos anos"
RTP /

Frente Comum fala em adesão de 80% em termos gerais

A Frente Comum diz que a adesão à greve dos trabalhadores da Função Pública foi de 80 por cento em termos gerais e de 90 por cento nos setores da Saúde, da Educação, da Segurança Social, das Finanças e da Justiça, com centenas de serviços encerrados e muitas centenas de outros a laborar só com serviços mínimos.

“Esta foi a maior greve dos trabalhadores da Administração Pública registada nos últimos anos”, diz a Frente Comum em comunicado.

A greve desta sexta-feira é em resposta ao Governo perante “a ausência de solução para as suas reivindicações”. “O Governo deve mudar de política relativamente àqueles que laboram no sector e aos serviços públicos que carecem de investimento para o cumprimento das suas funções”, lê-se ainda no comunicado.

A Frente Comum relembra que os trabalhadores da Administração Pública exigem “um aumento não inferior a 15% e no mínimo de 150€, bem como a fixação da Base Remuneratória da Administração Pública em 1.050€, com efeitos a 1 de Janeiro de 2026”.

“O subsídio de refeição deve passar para 12€. E reclamam a revogação do SIADAP. Mas, recusam, igualmente o conjunto de alterações à legislação laboral que o Governo pretende concretizar e que se aplicarão directa ou indirectamente aos trabalhadores da Administração Pública”, esclarece.
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RTP /

Greve convocada pela Frente Comum para exigir aumentos salariais e valorização de carreiras

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Lusa /

Federação dos Médicos estima em 80% adesão à greve com impacto nas consultas

"Os nossos resultados preliminares são 80%. E, sobretudo, fez-se sentir a nível de consultas nos centros de saúde e consultas programadas nos hospitais" adiantou à Lusa a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, citando dado preliminares.

Segundo a responsável, há blocos operatórios hospitalares encerrados, embora estejam a operar apenas com os serviços mínimos.

Joana Bordalo e Sá indicou que, no Norte, hospitais como o Padre Américo (Penafiel), São João, Santo António e Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto suspenderam praticamente a cirurgia programada.

No Alto Minho e na zona de Braga, os centros de saúde terão registado uma adesão próxima dos 100%.

Também, na região Centro, as unidades de saúde familiar (USF) das unidades locais de saúde (ULS) de Coimbra, Baixo Mondego e Viseu pararam.

Já no Sul, o Hospital Doutor José Maria Grande (Portalegre) não realizou qualquer cirurgia. As USF da ULS São José (Lisboa) aderiram integralmente.

A dirigente sindical acusou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de inação e falta de diálogo com os médicos, criticando duramente a proposta de mobilidade forçada nas urgências regionais.

"Ana Paula Martins e Luís de Montenegro nada fizeram para esta situação ser diferente. E, de facto, não estão a negociar com os médicos", afirmou Joana Bordalo e Sá, denunciando o que considera ser uma "imposição" do Governo.

A principal crítica recai sobre a proposta de mobilidade forçada para serviços de urgência regionais, especialmente nas áreas de ginecologia e obstetrícia. Segundo a Fnam, esta medida compromete os cuidados de proximidade às grávidas e recém-nascidos, sobretudo fora dos grandes centros urbanos.

Joana Bordalo e Sá acusou ainda a ministra da Saúde de ter "faltado à verdade" no parlamento ao garantir que a mobilidade forçada não avançaria.

"Está a ir pela via da imposição e não do diálogo", afirmou, responsabilizando também o primeiro-ministro: "Luís Montenegro acaba por ser conivente com esta falta de verdade, a partir do momento que a mantém como ministra da Saúde".

A substituição do presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Sérgio Janeiro, e os atrasos na oncologia, apontados pela Entidade Reguladora da Saúde, foram citados como exemplos da alegada falta de competência da ministra.

"Tem mais do que provas dadas de que não tem competência para estar na pasta da Saúde e, como tal, deve ser substituída", defendeu.

A Fnam acusou também o Governo de desrespeitar o processo negocial, alegando que os diplomas em discussão já terão sido aprovados previamente em Conselho de Ministros.

A sindicalista acrescentou que hoje haverá uma reunião `online` com o Ministério da Saúde às 15:15, admitindo não ter conhecimento concreto sobre os temas a discutir.

A Frente Comum cumpre hoje, desde as 00:00, uma greve da Administração Pública contra o Governo, que acusa de degradar as condições de trabalho e de desinvestir nos serviços públicos.

Espera-se a adesão de professores, educadores e auxiliares das escolas, médicos, enfermeiros e auxiliares dos serviços de saúde, trabalhadores dos transportes públicos, inspetores e funcionários do Fisco, funcionários judiciais, entre outros.

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Carlos Santos Neves - RTP /

Função Pública. "Se continuarmos a aumentar trabalhadores não vamos ter melhores serviços"

Rodrigo Antunes - Lusa

"Não podemos continuar a aumentar o número de trabalhadores. Se continuarmos a aumentar os trabalhadores na Administração Pública, não vamos ter melhores serviços", sustentou o titular da pasta das Finanças.De acordo com Miranda Sarmento, na sequência de um crescimento em 100 mil do número de funcionários, os serviços públicos não melhoraram. "Insistir nessa fórmula é um erro e um desperdício do dinheiro dos portugueses", insistiu.

Questionado pelos comunistas sobre os aumentos salariais para os trabalhadores do Estado, em dia de greve da Função Pública convocada pela Frente Comum, o governante colocou a tónica no facto de se tratar de um "acordo que vigora" e que o Executivo "está a cumprir".

"Não propomos esses aumentos. Em novembro do ano passado, chegámos a acordo com duas das três estruturas para os aumentos salariais entre 2025 e 2028", assinalou Joaquim Miranda Sarmento.

O ministro quis ainda evocar a "valorização de 19 carreiras que representam metade da Administração Pública", dando como exemplo os polícias, professores, médicos e enfermeiros.
Redução do IRS 500 milhões anuais entre 2027 e 2029
Em sede de Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, Miranda Sarmento indicou também que, depois da redução do IRS em 2026, é intenção do Governo continuar a fazer recuar o imposto até 2029: em 500 milhões de euros por ano.

"Queremos continuar a reduzir o IRS. Temos no programa das eleições de 2025 uma redução de dois mil milhões no IRS até ao final da legislatura", comrometeu-se, em resposta ao deputado do PSD Alberto Fonseca.

Para 2026, a proposta de Orçamento do Estado enquadra uma redução das taxas de IRS de três décimas entre os primeiro e quinto escalão. Na proposta de lei, as taxas dos primeiro, sexto, sétimo, oitavo e nono escalões permanecem iguais às deste ano.

Na mesma audição, o ministro das Finanças, propugnou ainda que "usar o saldo da Segurança Social para aumentos permanentes é um erro", aludindo a uma proposta socialista atualizar as pensões mais baixas.


c/ Lusa

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Lusa /

Santa Maria a funcionar mais lento e sem muita gente ao inicio da manhã em dia de greve

Apesar da greve de hoje da Função Pública, que deverá afetar na Saúde sobretudo a atividade programada (consultas e cirurgias), quase todos os utentes com quem a Lusa falou pelas 10:00 no local tinham tido consulta nas especialidades de Endocrinologia, Pediatria e Estomatologia.

"Na pediatria estavam os médicos e houve consulta", disse uma utente que à saída da receção central levava a filha pela mão.

Na consulta da tiróide os utentes também estavam a ser chamados. À Lusa, uma utente contou que a greve se notava apenas ao nível do pessoal auxiliar.

À saída da receção central um utente confessava à Lusa que já esperava não ter a consulta que estava agendada para Gastrenterologia, enquanto uma outra utente contou que na Estomatologia estavam as consultas a acontecer normalmente.

À entrada do hospital, a expectativa dos sindicatos era diferente, com a dirigente Tânia Russo, da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) a dizer que esperavam uma adesão "muito expressiva em todo o país".

Em declarações aos jornalistas, a dirigente considerou que as políticas deste Governo "têm afastado os médicos" e "levam ao encerramento dos serviços, o que coloca em risco os doentes".

"O Governo não tem querido negociar com a FNAM, não tem ouvido a FNAM. As supostas negociações não passam de uma farsa deste Ministério, em que não há uma verdadeira intenção de negociar", disse Tânia Russo.

À Lusa, a dirigente explicou que na última reunião sobre os serviços de urgência não foram entregues ao sindicato os documentos relativos às propostas do Governo e que, quando a informação chegou aos sindicatos, uma semana depois, perceberam que não continha algumas matérias analisadas na reunião com a tutela.

"Aquilo que foi enviado é diferente, não contempla algumas questões que foram faladas e que estavam anunciadas pela ministra, como o suplemento de 500 euros para a deslocação, que ainda assim seria insuficiente", contou à Lusa Tânia Russo, lamentando que o Governo queira agora "impor a deslocação forçada dos médicos até 60 quilómetros".

Tânia Russo disse que forçar a deslocação dos médicos para fazerem urgências "pode levar a que mais profissionais saiam do Serviço Nacional de Saúde e que as pessoas não tenham acesso aos serviços", insistindo que esta deslocação deveria ser sempre voluntária.

A Frente Comum cumpre hoje, desde as 00:00, uma greve da Administração Pública contra o Governo, que acusa de degradar as condições de trabalho e de desinvestir nos serviços públicos.

Espera-se a adesão de professores, educadores e auxiliares das escolas, médicos, enfermeiros e auxiliares dos serviços de saúde, trabalhadores dos transportes públicos, inspetores e funcionários do Fisco, funcionários judiciais, entre outros.

O aumento dos salários, a valorização das carreiras, a reposição do vínculo público e a defesa dos serviços públicos são também motivos para a convocação da paralisação que abrange todos os trabalhadores do Estado.

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"Sucesso"
RTP /

CGTP fala em adesão de 90% na saúde e educação

Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, diz que a greve da função pública está a ser um "sucesso" e fala numa adesão que ronda os 90 por cento nos setores da saúde e educação.

Tiago Oliveira adianta ainda que há mais de 600 escolas encerradas em todo o país.

“Isto demonstra bem o descontentamento que existe por parte dos trabalhadores da função pública”, disse.
Para Tiago Oliveira, esta "enorme adesão" evidencia "o sentimento generalizado dos trabalhadores no sentido de avançarem para a luta, para denunciar a política que tem sido seguida de desvalorização salarial, falta de investimento nos serviços públicos e falta de resposta às questões centrais da vida de cada um".

Enfatizando, em particular, "a questão da defesa dos serviços públicos", o dirigente da CGTP critica o "percurso de dezenas de anos de degradação e de falta de investimento nos serviços públicos".

"Este Orçamento do Estado é o reflexo disso mesmo. Um Orçamento do Estado que continua a perpetuar uma política de degradação dos serviços públicos, de falta de resposta, seja ao Serviço Nacional de Saúde ou à escola pública, E, portanto, há aqui um sinal importantíssimo [para o qual] este Governo tem de olhar", sustentou.
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Pontos de reportagem
RTP /

Adesão à greve "expressiva" nos hospitais de Faro

Em Faro, a adesão à greve da Função Pública é "expressiva". Guadalupe Simões, porta-voz do sindicato dos enfermeiros, fala numa adesão de 75 por cento da parte dos enfermeiros.

No ensino, há registo de mais de 30 escolas encerradas no Algarve.
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Pontos de reportagem
RTP /

Frente Comum aponta para adesão perto de 90% na área da Justiça em Lisboa

Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, diz que a adesão na área da Justiça na zona da Grande Lisboa ronda os 90 por cento.

Há centenas de escolas fechadas em todo o país e outros serviços afetados.
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Pontos de reportagem
RTP /

Blocos operatórios no Hospital de São João encerrados

Os blocos operatórios no Hospital de São João, no Porto, estão todos encerrados. Apenas estão a funcionar os de urgência.
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Pontos de reportagem
RTP /

Do Hospital de Faro ao Campus de Justiça. Reflexos da greve da Função Pública propagam-se

As equipas de reportagem da RTP auscultaram piquetes de greve em Faro, Coimbra e Lisboa.
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Pontos de reportagem
RTP /

Porto e Lisboa. Greve impacta serviços de Saúde, Finanças e Segurança Social

A RTP ouviu, em Lisboa, utentes que encontraram as portas da Segurança Social fechadas. Multiplicaram-se as queixas
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Pontos de reportagem
RTP /

Faro e Lisboa. Os impactos da greve na Escola D. Afonso II e em São José

No Algarve, a equipa de reportagem da RTP deu conta de diferentes escolas fechadas em consequência da paralisação convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública.

No Hospital de São José, uma das principais unidades de Lisboa, os primeiros dados sobre a paralisação apontam para atividades a decorrer em regime de serviços mínimos.
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Inês Moreira Santos - RTP /

Greve de médicos. FNAM acusa Governo de "destruição do Serviço Nacional de Saúde"

Estela Silva - Lusa

"Os médicos são empurrados para esta greve por Ana Paula Martins e pelas políticas do Governo de Luís Montenegro, que insiste intransigentemente em não negociar com os médicos condições dignas para estarem no Serviço Nacional de Saúde", explicou à RTP Joana Bordalo e Sá.

A presidente da FNAM aponta a responsabilidade desta greve ao Executivo e "por todas as consultas que forem adiadas, seja a nível dos centros de saúde, a nível hospitalar e também a nível das cirurgias que vão ser adiadas". Quanto à ministra da Saúde, a representante sindical lamenta que só tenha a oferecer a "mobilidade forçada dos médicos" e que tenha faltado "à verdade na Assembleia da República (...) quando disse que tal não ia acontecer - esta mobilidade forçada - para se fazer as urgências regionais".

A verdade, continuou Joana Bordalo e Sá, é que a ministra da Saúde quer impor esta "mobilidade forçada", principalmente a nível da obstetrícia.

"E Luís Montenegro também é conivente com isto e também estará a faltar à verdade a todo o país se, de facto, elas forem implementadas", acrescentou. "Esta mobilidade forçada não serve os médicos, mas também não serve a população, porque as grávidas e os bebés não vão ter serviços de proximidade".

Estas medidas que o Ministério quer implementar, explicou a presidente da FNAM, vão implicar "que serviços de urgência estejam permanentemente encerrados - como no Barreiro, como em Setúbal - e as grávidas vão ter de continuar a andar quilómetros e quilómetros para serem atendidos".

"Portanto, nós vamos continuar a ter os partos nas ambulâncias por este país fora", disse, adiantando que o que a FNAM pretende com esta greve "é negociar de uma forma séria, de uma forma transparente, sem jogos de bastidores, as soluções para termos mais médicos no SNS".
"Por isso nós estamos de greve", sublinhou.

Questionada sobre a intransigência do Governo, Joana Bordalo e Sá considerou que "tem sido total" e que, "claramente, não dá um sinal de que quer negociar, mas sim impor" medidas que, a representante admite, "não servem os médicos, mas acima de tudo não servem o Serviço Nacional de Saúde".

"Quer Ana Paula Martins, quer Luís Montenegro, estão a ser responsáveis pela destruição do Serviço Nacional de Saúde"
, concluiu.
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Pontos de reportagem
RTP /

Os efeitos da greve da Função Pública ao início da manhã

As equipas de reportagem da RTP mostraram, pouco depois das 8h00, os primeiros impactos da paralisação convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública na Educação e na Saúde.

Diante da Escola Artística António Arroio, em Lisboa, José Feliciano Costa, secretário-geral da Fenprof, avançou que os dados já disponíveis apontam para "uma grande expressão" da greve.

O sindicalista apontou o dedo ao que descreveu como desinvestimento na carreira docente.
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RTP /

Frente Comum defende "reversão do caminho de empobrecimento"

"Aquilo que exigimos é um sinal de alteração destas políticas. Temos uma proposta de 15 por cento de aumento, que não recupera totalmente a perda de poder de compra acumulada, com um mínimo de 150 euros por trabalhador", acentuou Sebastião Santana.

"Há dinheiro no Orçamento para isto, está é nas rubricas erradas, nomeadamente nas rubricas que atribuem aos grandes grupos económicos benefícios fiscais na ordem de 1,7 mil milhões de euros", prosseguiu.

"Este Orçamento deixa muito clara a opção política do Governo pelo grande capital em detrimento do trabalho", afirmou ainda o dirigente sindical, para dar como exemplo "o caso concreto da diferença entre a redução do IRS e a do IRC".
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Ponto de situação
RTP /

Greve da Administração Pública em curso desde as 0h00

Os sectores que podem ser mais afetados pela greve convocada pela Frente Comum são a Saúde, a Educação, as repartições públicas e os tribunais. A paralisação, de alcance nacional e de 24 horas, teve início às 0h00 desta sexta-feira.Em causa está a valorização das carreiras e a reposição do vínculo público. Mas a Frente Comum reivinfica igualmente aumentos salariais, acusando o Governo de Luís Montenegro de degradar as condições de trabalho e de desinvestir nos serviços públicos.

Ouvida pela Antena 1, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública manifestou a expectativa de uma grande adesão.

O dirigente sindical Sebastião Santana voltou a sustentar que a proposta de Orçamento do Estado para 2026 tem margem para aumentos de salários.

Durante a madrugada, o secretário-geral da CGTP avançou, por sua vez, com um primeiro balanço da adesão à greve de 24 horas.

Segundo Tiago Oliveira, os números deixam patente a insatisfação dos trabalhadores da Administração Pública.

A Intersindical reprova o Executivo de PSD e CDS-PP por ter submetido a proposta de Orçamento à Assembleia da República sem auscultar as estruturas representativas dos profissionais.

Tiago Oliveira advertira já na passada terça-feira, em declarações à agência Lusa, que, caso o Governo mantivesse "em cima da mesa" o pacote de alterações à legislação laboral, a luta poderia desembocar na marcação de uma greve geral.

É então esperada a adesão de professores, educadores e auxiliares dos estabelecimentos de ensino públicos, médicos, enfermeiros e auxiliares das diferentes unidades do Serviço Nacional de Saúde, trabalhadores dos transportes públicos, inspetores e funcionários das Finanças e funcionários judiciais, entre outros profissionais.
Médicos, enfermeiros e docentes

Recorde-se que também a Federação Nacional dos Médicos convocou uma greve para esta sexta-feira, ação que decorre a par da paralisação da Administração Pública.

"Uma vez que está a haver uma recusa da ministra da Saúde em negociar verdadeiramente a carreira médica e, acima de tudo, por ter apresentado decisões que põem em risco a população, estamos a anunciar a greve de médicos para o dia 24 de outubro em todo o país", argumentou nos últimos dias a dirigente da FNAM Joana Bordalo e Sá, na sequência de reunião com a ministra Ana Paula Martins.

Por seu turno, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses justifica a adesão à greve, em todos os turnos, com a luta "por um acordo coletivo de trabalho que não represente um retrocesso" e "por um Serviço Nacional de Saúde que mantenha todas as suas portas abertas".

Em comunicado, professores, educadores e investigadores anunciaram a adesão à greve, também convocada pela Fenprof, "por melhores condições salariais e profissionais" e "pela valorização da escola pública e da ciência".

c/ Lusa
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Lusa /

Greve afetou recolha do lixo em vários concelhos ao início da noite

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (STAL) adianta hoje em comunicado, que no município da Amadora a adesão à greve contra as políticas do Governo era de 90%, no Barreiro 71%, em Évora 80% e em Vila Franca de Xira 95%.

"Igualmente em Almada, Funchal, Lisboa e Sintra a greve registou uma adesão muito significativa, tendo a recolha de resíduos e os serviços de higiene urbana ficado seriamente afetados", refere o STAL.

Para o sindicato, as primeiras horas desta greve ficaram marcadas "pela forte adesão na Administração Local, particularmente nos setores da recolha de resíduos e higiene urbana".

O Sindicato prevê uma elevada adesão na generalidade das autarquias, escolas e empresas municipais ao longo do dia de hoje.

"Os dados conhecidos até ao momento refletem o profundo descontentamento dos trabalhadores da Administração Local e do setor das empresas, e são um sinal claro de que subscrevem as razões que levaram à convocação desta greve", refere o STAL.

Em causa nesta greve est, para este sindicato, a "política de empobrecimento prosseguida pelo governo PSD-CDS - que conta com o apoio do Chega e da Iniciativa Liberal, e a conivência e/ou apoio do PS -; a desvalorização profissional; o "assalto" aos direitos, de que o `Pacote Laboral` é exemplo lapidar; o desinvestimento dos Serviços Públicos e das Funções Sociais do Estado".

A Frente Comum (que o STAL integra) cumpre hoje, desde as 00:00, uma "grande greve" da Administração Pública contra o Governo, que acusa de degradar as condições de trabalho e de desinvestir nos serviços públicos.

Espera-se a adesão de professores, educadores e auxiliares das escolas, médicos, enfermeiros e auxiliares dos serviços de saúde, trabalhadores dos transportes públicos, inspetores e funcionários do Fisco, funcionários judiciais, entre outros.

O aumento dos salários, a valorização das carreiras, a reposição do vínculo público e a defesa dos serviços públicos são também motivos para a convocação da paralisação que abrange todos os trabalhadores do Estado.

A Frente Comum representa 29 sindicatos de todos os setores da administração pública.

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Joana Raposo Santos - RTP /

"O último patamar de luta". Já começou a "grande greve" da função pública

Foto: Filipe Silva - RTP

Ao longo de 24 horas espera-se a adesão de professores, educadores e auxiliares das escolas, médicos, enfermeiros e auxiliares dos serviços de saúde, trabalhadores dos transportes públicos, inspetores e funcionários do Fisco, funcionários judiciais, entre outros.

O aumento dos salários, a valorização das carreiras, a reposição do vínculo público e a defesa dos serviços públicos são também motivos para a convocação da paralisação que abrange todos os trabalhadores do Estado.

O secretário-geral da CGTP-IN juntou-se aos trabalhadores da saúde às 00h00 no Hospital de São José, em Lisboa, e fará o mesmo às 12h00 no Hospital de São João, no Porto.

“Estão a ser lançados os primeiros dados. Fruto das trocas de turnos, já há hospitais onde essa greve se está a fazer sentir. Aqui no [hospital] de São José já temos números de 75 por cento. No São João, no Porto, 75 por cento”, disse Tiago Oliveira à RTP.

Segundo este responsável sindical, o Hospital D. Estefânia e o Hospital de Lamego contam já com uma adesão de 100 por cento.

“São números que revelam, de facto, insatisfação que existe no seio dos trabalhadores da Administração Pública”, assim como “a necessidade de respostas deste Governo perante todos os anos de esquecimento destes trabalhadores”, frisou Tiago Oliveira.

“Partindo do princípio que a greve é o último patamar de luta, o Governo tem de olhar para esta adesão, para esta dimensão, para estes problemas e dar uma resposta efetiva”, em vez de “continuar a empurrar os problemas para a frente”, como tem acontecido “durante décadas”, acrescentou.

Também a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) convocou uma paralisação para esta sexta-feira, que coincide com a da Função Pública, por considerar que a tutela está a recusar negociar a carreira médica.

"Uma vez que está a haver uma recusa da ministra da Saúde em negociar verdadeiramente a carreira médica e, acima de tudo, por ter apresentado decisões que põem em risco a população, estamos a anunciar a greve de médicos para o dia 24 de outubro em todo o país", disse à agência Lusa a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, depois de uma reunião com a ministra Ana Paula Martins. A Frente Comum representa 29 sindicatos de todos os setores da Administração Pública.

Em comunicado, os professores, educadores e investigadores anunciaram que vão aderir à greve - convocada também pela FENPROF -, declarando a sua adesão à luta "por melhores condições salariais e profissionais", assim como "pela valorização da escola pública e da ciência".

Na conferência de imprensa de terça-feira, o dirigente sindical Sebastião Santana afirmou que os trabalhadores não podem aceitar um Orçamento do Estado de degradação das condições de trabalho e desinvestimento nos serviços públicos.

"São 760 mil pessoas [que são] trabalhadores da Administração Pública, têm um peso muito grande na sociedade portuguesa. Se o Governo não tem isto em atenção trata-se de uma miopia muito grave", disse.

O Governo entregou a 9 de outubro a proposta do Orçamento do Estado para 2026 na Assembleia da República, mantendo a previsão inicial de aumentos salariais para a função pública prevista no acordo plurianual assinado em novembro de 2024 com a Fesap e a Frente Sindical.

Para 2026, o aumento previsto é de 56,58 euros ou 2,15 por cento, passando para 60,52 euros em 2027 e 2028, com extensão até 2029. A base remuneratória da Administração Pública, atualmente de 878,41 euros, passará para 934,99 euros em 2026, incluindo progressões, promoções e acordos salariais, num total estimado de 1.248 milhões de euros em despesas com pessoal.

c/ Lusa
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