Google, Calvin Klein e IA "sofrem" com resposta de Pequim a Trump

por Cristina Santos - RTP
Donald Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, na cimeira do G20 de junho de 2019 em Osaka, no Japão Kevin Lamarque - Reuters

Demorou momentos, instantes, para que a China retaliasse contra a aplicação de tarifas de dez por cento, por parte da Administração Trump, sobre os seus produtos. A primeira decisão de Pequim foi anunciar uma investigação à Google por suspeitas de violar a lei chinesa contra o monopólio.

O Ministério chinês do Comércio e a administração aduaneira garantem que esta investigação surge para "salvaguardar os interesses de segurança nacional"

Apesar de os serviços de pesquisa e de Internet da Google estarem bloqueados na China desde 2010, a empresa norte-americana mantém operações na China, principalmente no negócio de publicidade. A Google trabalha também com parceiros chineses para fornecer aplicações e jogos ao mercado chinês. No entanto, a resposta chinesa não fica por aqui e ameaça abalar marcas como Calvin Klein e Tommy Hilfiger, por exemplo.

Isto porque Pequim adicionou à lista de entidades não confiáveis as empresas norte-americanas PVH Group e Illumina Inc. Não foi revelado de que são acusadas, mas passam a estar expostas a restrições e multas.

A PVH é uma empresa de roupas proprietária de marcas como Tommy Hilfiger e Calvin Klein

A Illumina é uma empresa de biotecnologia especializada na sequenciação de genoma e que recentemente fez parceria com a Nvidia quanto à tecnologia de Inteligência Artificial aplicada ao setor da Saúde.

O Ministério chinês das Finanças anunciou taxas de 15 por cento sobre o carvão e o gás natural liquefeito, e de dez por cento sobre o petróleo bruto, equipamentos agrícolas, veículos de grande cilindrada e camionetas dos EUA.

A retaliação instantânea de Pequim também mexe com as exportações para os Estados Unidos. Em causa controlos apertados na exportação de vários minérios importantes. Por exemplo, tungsténio (usado em filamentos de lâmpadas, resistências de aquecimento, motores a jato), telúrio (importante para a indústria metalúrgica).

Enquanto a Casa Branca anuncia que Trump vai conversar com o presidente da China, Xi Jinping, no final desta semana, Pequim insiste que vai apresentar uma queixa contra os EUA na Organização Mundial do Comércio.

O Ministério chinês das Finanças avisa que a decisão de Trump "não só é inútil porque não vai resolver os problemas (norte-americanos), mas também prejudica a cooperação económica e comercial normal entre a China e os EUA".

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