Governo espera concluir negociação de participações na Lusa nas "próximas semanas"

O ministro dos Assuntos Parlamentares afirmou esta quinta-feira que o Governo está em "fase de negociação" com a NP - Notícias de Portugal para a aquisição da sua participação na agência Lusa, processo que espera estar concluído "nas próximas semanas".

Lusa /

À margem de uma visita à delegação da agência Lusa no Porto, o ministro dos Assuntos Parlamentares disse acreditar que a participação acionista da NP - Notícias de Portugal na agência Lusa seja "conseguida nas próximas semanas".

"Depois disso, acho que podemos estar em condições de fazer umas alterações necessárias para, reforçando a independência da Lusa, podermos dar melhores condições para o futuro", assinalou.

Depois da aquisição de 45,71% da participação da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa por 2,49 milhões de euros, o Estado passou a deter 95,86% do capital da agência, que tem as participações minoritárias da NP - Notícias de Portugal (2,72%), Público (1,38%), RTP (0,03%) e a Empresa do Diário do Minho, Lda, cada um 0,01%.

No início deste mês, Pedro Duarte afirmou que o Estado já tinha adquirido as participações "do Público, da RTP e do Diário do Minho".

Assegurando que o Governo tem "algum sentido de urgência" no plano que traçou para a agência noticiosa, Pedro Duarte assinalou hoje o "alinhamento interessante" que tem existido com o conselho de administração da Lusa.

"Depois desta questão acionista estar resolvida vamos partir para uma alteração estatutária e para revermos o próprio contrato de concessão de serviço junto da Lusa para fazermos um conjunto de alterações", afirmou, reforçando a necessidade da agência se preparar para "as grandes mudanças", sobretudo impulsionadas pela tecnologia.

Questionado se o plano relacionado com a agência seria tratado antes da primavera, altura do ano para a qual o ministro tem apontado uma decisão sobre a eventual candidatura à Câmara do Porto, Pedro Duarte assegurou que sim, independentemente da sua decisão.

"Temos urgência que tudo aconteça rapidamente e acho que não há grandes duvidas de que o comboio já está no trilho, já arrancou da estação e agora é imparável o que está a acontecer", acrescentou.

O ministro, que visitou a delegação da agência no Porto a propósito da apresentação do Anuário Lusa 2024, recebeu da parte de um membro da Comissão de Trabalhadores da Lusa um conjunto de propostas das Organizações Representativas dos Trabalhadores para o futuro da agência.

A criação de uma comissão para elaborar um livro branco do serviço da agência, a revisão da tabela salarial e a representação dos trabalhadores no conselho de administração da Lusa e no órgão de supervisão são algumas das sugestões dos trabalhadores.

Questionado sobre como seria a composição do conselho de supervisão que o Governo pretende criar na agência, Pedro Duarte afirmou que a decisão ainda não está fechada e que o Governo pretende ouvir "um conjunto de identidades externas" e, principalmente, com a Lusa.

"Através dos seus órgãos dirigentes e também percebermos que sugestões e propostas são colocadas", indicou, dizendo que "de forma conjunta e participada" será possível "encontrar um modelo".

"Não será o perfeito porque isso não existe, mas o modelo possível para podermos assegurar os objetivos a que nos propomos", indicou, dizendo que "quanto mais abrangente for esse órgão melhor será o resultado final"

" O conselho de supervisão tem de ser de facto muito abrangente, ter representantes do setor, mas de todos os `stakeholders` que tem impacto na vida da Lusa seja enquanto cliente, seja enquanto beneficiários finais, seja enquanto produtores do serviço prestado pela Lusa", acrescentou.

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