Greve geral. Air Europa cancela voos e Iberia reduz rotas para Portugal
A Air Europa vai cancelar na quinta-feira todos os seus 16 voos de e para Portugal, e a Iberia vai reduzir as suas rotas até 75%, devido à greve geral convocada contra a reforma da legislação laboral.
A Iberia confirmou hoje à agência Efe que vai cancelar 75% dos seus voos de e para o Porto com vários aeroportos espanhóis, enquanto a taxa de cancelamento será de 50% para os voos de e para Lisboa.
De acordo com um comunicado da Air Europa, a companhia vai suspender todos os seus dezasseis voos de e para Portugal, todos com origem e destino no Aeroporto de Madrid-Barajas, que tinha oito voos (quatro de ida e quatro de regresso) para Lisboa e outros oito para o Porto.
A Air Europa informou os passageiros afetados que podem alterar as suas datas de viagem gratuitamente entre 09 e 18 de dezembro, alterar o seu percurso, solicitar um voucher ou obter o reembolso do bilhete.
Quatro sindicatos do setor da aviação emitiram hoje uma posição conjunta de solidariedade com os trabalhadores portugueses na greve geral de quinta-feira, tendo criticado o anteprojeto de reforma laboral do Governo.
Num comunicado conjunto o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) e o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema) consideraram que o anteprojeto Trabalho XXI é "um retrocesso civilizacional".
Já o presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, assegurou hoje que a companhia está preparada para a greve geral marcada para quinta-feira e prevê realizar um terço da operação, tendo o esforço principal sido evitar que os passageiros sejam afetados.
A greve geral de 11 de dezembro foi convocada pela CGTP e pela UGT contra a proposta de revisão do Código do Trabalho e será a primeira paralisação conjunta das duas centrais desde junho de 2013, quando Portugal estava sob intervenção da `troika`.
As alterações previstas na proposta do Governo de reforma da legislação laboral visam várias áreas, como a parentalidade, despedimentos, alargamento dos prazos dos contratos e setores que passam a estar abrangidos por serviços mínimos em caso de greve.