Incubadora de Évora produz viseiras para profissionais de saúde

por Lusa

O laboratório de fabricação (FabLab) da incubadora de empresas ÉvoraTech, em Évora, está a produzir viseiras de proteção individual para os profissionais de saúde do hospital da cidade enfrentarem a pandemia do novo coronavírus (covid-19).

"Aproveitámos um modelo que já existia na comunidade de `makers` (fazedores) e que foi aprovado por profissionais de saúde e começámos a produzir com a nossa máquina de corte laser", revelou hoje à agência Lusa Daniel Janeiro, gestor da ÉvoraTech.

Segundo o responsável, a viseira de proteção individual é constituída por um suporte feito em acrílico, que encaixa na cabeça do utilizador, onde é colocada uma folha de acetato, apoiada em quatro pontos.

Daniel Janeiro realçou que "as circunstâncias fizeram com que começassem a surgir ideias" na comunidade de fazedores para ajudar a "mitigar o contágio" de profissionais de saúde com o novo coronavírus.

O gestor da ÉvoraTech contou que o FabLab está a produzir estes equipamentos desde terça-feira, indicando que outros profissionais da região que possuem máquina de corte laser também já iniciaram a produção.

"Quando fizemos o apelo à doação de materiais, nomeadamente placas de acrílico e folhas de acetato, partilhámos o modelo que íamos utilizar também para que outros profissionais o possam utilizar e há alguns que já estão a produzir", notou.

No FabLab da incubadora de empresas ÉvoraTech e numa empresa da cidade, adiantou, já foram produzidas "120 viseiras", que deverão ser entregues nos próximos dias no Hospital do Espírito Santo de Évora.

"Vamos continuar a produção enquanto tivermos materiais e houver necessidade", acrescentou.

A incubadora de empresas ÉvoraTech, propriedade da Câmara de Évora, tem gestão da Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL).

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).

Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

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