Leiria define estrutura transparente para a Central de Mobilidade

por Lusa

O projeto de arquitetura que assenta num edifício transparente foi o escolhido pelo júri para a construção da nova Central de Mobilidade de Leiria, anunciou a Câmara de Leiria, em reunião de executivo.

A proposta apresentada, tornada pública na reunião de terça-feira e que prevê um investimento de 1,9 milhões de euros, propõe um edifício dividido em dois pisos num volume fechado translúcido/transparente, que ficará localizado junto às piscinas, do lado da rotunda do Estádio, com acesso ao terminal pela Av. Bernardo Pimenta/Ponte Euro 2004.

No piso 1 situa-se a parte administrativa e no piso 0 ficará a parte pública, zona de bilheteira e quiosque, prevendo-se uma praça aberta, que estabelece uma relação com a frente de rio e com a realidade edificada, nomeadamente, as piscinas, o estádio e, futuramente, o pavilhão multiusos.

Segundo o relatório final do júri, a horizontalidade das coberturas reduz impactos bidimensionais e a conceção menos ortogonal relaciona-se bem com as linhas urbanas mais orgânicas, da implantação do Polis -- Jardim Almuinha -- estádio e até castelo, resolvendo em gaveto a relação com a rotunda nascente.

O projeto evidencia uma estrutura em elementos de aço desenhados "como parte integrante da sua expressão arquitetónica", com uma "cobertura em policarbonato gelo", dividida em três planos suportados por vigas, "aliando a forma orgânica inspirada nas copas das árvores com a translucidez do policarbonato".

A proposta vencedora garante a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, assim como a pessoas cegas, através de guias texturadas no pavimento, que levam aos cais individuais.

"A solução demonstra a melhor adequação das soluções construtivas propostas para o empreendimento ao valor global previsto para a sua construção, verificando-se uma equilibrada distribuição dos custos orçamentais previstos para a intervenção".

Para o júri, a proposta oferece a melhor resposta aos objetivos do programa proposto pelo município, demonstrando elevada capacidade de articulação dos espaços projetados.

A Central de Mobilidade envolve uma área total de intervenção de 7.850 m2, com 2.275m2 de cobertura, com sala de espera com capacidade para 100 pessoas, bilheteira, área de encomendas, hall de serviço, sanitários, bar, lounge com 20 lugares, sala de reuniões, área administrativa com diversos gabinetes.

Os autocarros acedem à Central de Mobilidade a partir da rotunda do estádio, dispondo de 14 lugares para a tomada e largada de passageiros em espaço coberto e um lugar adicional, mais próximo do rio, para acostagem rápida dos autocarros da rede Mobilis.

Existe ainda uma zona de acostagem de seis carros para largada e tomada de passageiros e uma zona dedicada a oito táxis em simultâneo.

O projeto vencedor garante a sustentabilidade no âmbito ambiental e de manutenção futura, refere o relatório final do júri, que acrescenta que serão instalados painéis fotovoltaicos numa das coberturas, com o objetivo de produzir energia suficiente para alimentar a iluminação exterior, a iluminação interior dos espaços programáticos, assim como ventilação e rede elétrica, reduzindo drasticamente a pegada ecológica da central.

A proposta prevê ainda a recolha das águas pluviais para reservatórios, podendo depois ser utilizada para manutenção dos espaços verdes, limpeza ou nas instalações sanitárias.

Foram submetidas quatro propostas ao concurso de ideias para conceção de projeto de arquitetura da Central de Mobilidade de Leiria. O júri excluiu de imediato duas, dado que alguns dos elementos permitiam identificar o autor ou autores, violando, desta forma, a obrigação de manutenção de anonimato.

A construção da nova Rodoviária de Leiria avançou depois do proprietário das atuais instalações do terminal rodoviário na Avenida Heróis de Angola decidir vender o edifício.

A localização escolhida resultou de um estudo elaborado por uma consultora especializada, que avaliou várias alternativas.

O terminal será desenvolvido num modelo que não condicione a realização de eventos como a Feira de Leiria e a atividade no estádio, devendo ser complementada com pontos de ancoragem no centro da cidade e junto às escolas.

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