Economia
Líderes europeus admitem pouca participação dos mercados nos custos da crise
Os líderes da Alemanha, da França, da Itália e da Espanha, reunidos em Roma, reconheceram que o capital privado tem participado pouco em medidas para enfrentar a crise económica. Puseram-se de acordo num programa de crescimento económico no valor de 130 mil milhões de euros - e agora esperam que seja esse mesmo capital privado a disponibilizar o valor em causa.
A palavra-chave da mini-cimeira de Roma foi aquela já consagrada na campanha eleitoral que guindou ao poder o presidente francês François Hollande: "crescimento". Com os resultados à vista, era forçoso admitir que as políticas de austeridade não trazem, só por si, qualquer perspectiva de reanimação da conjuntura - e Merkel, Monti e Rajoy admitiram-no, adoptando, também eles, o vocabulário de campanha do colega francês.
A conclusão prática que daí se extraíu foi a de assinar um "Pacto para crescimento e emprego sustentáveis" e lançar um programa correspondente. Angela Merkel festejou a decisão afirmando, segundo citação de Der Spiegel, que ela é "o sinal de que precisamos".
Mais circunspecto, o primeiro-ministro Mario Monti enalteceu a decisão como "uma boa contribuição para a preparação de uma cimeira efectiva" em Bruxelas, na próxima semana, sublinhando assim, no mesmo fôlego, o que ainda está por fazer. E também Hollande lembrou que "o Conselho da União Europeia tem de conseguir progressos, para restabelecer a confiança na zona euro e na Europa".
Com efeito, o montante afectado a esse programa testemunha, desde logo, ojectivos algo modestos: 130 mil milhões de euros não vai além de um por cento do PIB euro-comunitário.
Mas, para além dessa limitação, há a dúvida sobre a efectiva execução do programa, porque os quatro dirigentes reunidos em Roma não assumiram compromissos de disponibilizar dinheiro dos respectivos Estados para esse programa, antes se contentaram em lamentar a pouca participação que têm tido os mercados financeiros nos custos de solução da crise e em manifestar a expectativa de que doravante sejam mobilizáveis recursos do capital privado para reestruturar o orçamento da UE.
A referência mais concreta que veio depois a público ao modo de conseguir essa mobilização deveu-se, algo inesperadamente, à chanceler alemã, que disse ter havido acordo entre os quatro para introduzir um imposto sobre as transacções financeiras, que há muitos anos é designado como "taxa Tobin", e que no entanto ficou sempre no papel.
A conclusão prática que daí se extraíu foi a de assinar um "Pacto para crescimento e emprego sustentáveis" e lançar um programa correspondente. Angela Merkel festejou a decisão afirmando, segundo citação de Der Spiegel, que ela é "o sinal de que precisamos".
Mais circunspecto, o primeiro-ministro Mario Monti enalteceu a decisão como "uma boa contribuição para a preparação de uma cimeira efectiva" em Bruxelas, na próxima semana, sublinhando assim, no mesmo fôlego, o que ainda está por fazer. E também Hollande lembrou que "o Conselho da União Europeia tem de conseguir progressos, para restabelecer a confiança na zona euro e na Europa".
Com efeito, o montante afectado a esse programa testemunha, desde logo, ojectivos algo modestos: 130 mil milhões de euros não vai além de um por cento do PIB euro-comunitário.
Mas, para além dessa limitação, há a dúvida sobre a efectiva execução do programa, porque os quatro dirigentes reunidos em Roma não assumiram compromissos de disponibilizar dinheiro dos respectivos Estados para esse programa, antes se contentaram em lamentar a pouca participação que têm tido os mercados financeiros nos custos de solução da crise e em manifestar a expectativa de que doravante sejam mobilizáveis recursos do capital privado para reestruturar o orçamento da UE.
A referência mais concreta que veio depois a público ao modo de conseguir essa mobilização deveu-se, algo inesperadamente, à chanceler alemã, que disse ter havido acordo entre os quatro para introduzir um imposto sobre as transacções financeiras, que há muitos anos é designado como "taxa Tobin", e que no entanto ficou sempre no papel.